ANÁLISE: Apesar da vitória, desempenho da Seleção Brasileira reforça a necessidade de definição por um treinador
Com ideias confusas, time de Ramon Menezes foi muito dependente de individualidades
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Não é segredo para ninguém que a vitória da Seleção Brasileira diante da Guiné foi um resultado protocolar. Por mais que a equipe africana tenha bons jogadores, seria impensável imaginar que o time que tem Vinícius Júnior e Rodrygo perderia para a 79ª colocada no ranking da FIFA. Sobra qualidade individual na 'Amarelinha'.
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No entanto, como as últimas eliminações em Copas do Mundo já deveriam ter ensinado ao torcedor brasileiro, ter boas individualidades não basta. É preciso um jogo coletivo forte, coerente em seus conceitos táticos, tanto para defender quanto para atacar, e que possa extrair o máximo das nossas individualidades, o ponto forte do nosso futebol.
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Mesmo com a goleada por 4 a 1, não foi nada disso o que vimos no amistoso do último sábado (17). Pelo contrário, as principais jogadas da Seleção foram criadas através de jogadas individuais (giros e arrancadas) de Vini Jr e Rodrygo.
A dificuldade em construir jogadas, fruto da troca de posições sem critério no primeiro tempo, foi uma das maiores fraquezas da Seleção no primeiro tempo. A começar que o desenho tático do time mudava de acordo com a posição da bola, o que naturalmente provocaria dúvidas nos jogadores: quando a bola saía pelo lado esquerdo, Ayrton Lucas ficava preso junto aos zagueiros e Danilo avançava pelo lado direito; quando a jogada era iniciada pelo outro lado, movimento semelhante acontecia, com Danilo preso e Ayrton avançando.
Para tentar auxiliar os zagueiros, um dos meio-campistas sempre aproximava da jogada. Seria uma boa solução, se não fosse tão mal executado. No início do jogo, Casemiro era o responsável por distribuir esses passes - em alguns momentos entrando no meio dos zagueiros para liberar os dois laterais ao mesmo tempo. No entanto, pouco tempo depois, era possível ver Casemiro avançado, como um meia, com Paquetá e Joelinton alternando próximo aos zagueiros. Será que essas são as melhores funções para estes jogadores?
Na defesa, a indefinição sobre uma forma de jogar é mais notável ainda, haja visto que o gol adversário surgiu na principal falha do time de Ramon: as brechas entre linhas de marcação. Seja no espaço entre meio-campo e defesa, ou no espaço entre lateral e zagueiro, a Seleção Brasileira não foi compacta o suficiente para impedir as infiltrações dos adversários. Foi em um lance desses, pelo lado esquerdo, que o lateral Sylla cruzou para Guirassy diminuir.
É bom deixar claro: Ramon Menezes, na função de interino, é mais 'vítima' do que 'cúmplice' neste processo, já que é impossível exigir de um treinador coerência nas suas ideias e planejamento de longo prazo quando o próximo jogo sempre pode ser o último. Logo, ele não tem culpa da desorganização da Seleção Brasileira.
Mas a dificuldade que a equipe teve de apresentar um jogo coletivo, no mínimo, razoável é um forte indicativo de que a CBF passou da hora de definir o novo treinador do Brasil.
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