ANÁLISE: No Brasil das convicções, quem morre aos poucos é a Seleção Brasileira
Quando há uma um epidemia de "donos do conhecimento", raramente alguém tem razão
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A Seleção Brasileira teve uma atuação lamentável e injustificável diante do Uruguai, na derrota por 2 a 0, em Montevídeu. Com apenas duas finalizações durante o jogo, sendo ambas no segundo tempo, não é exagero dizer que foi um dos piores desempenho da equipe nos últimos anos e olha que a gente se acostumou a ver partidas desprezíveis da Amarelinha. A verdade é que as convicções sem flexibilidade estão acabando aos poucos com um dos maiores patrimônios do futebol mundial.
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Fernando Diniz foi o escolhido para "tocar" a Seleção enquanto a CBF acredita que Carlo Ancelotti assumirá o cargo no meio de 2024. Nem precisamos chover no molhado sobre um estilo não ter nada a ver com o outro e entrar novamente no assunto. A questão aqui é quando se escolhe Diniz para essa função, é sabido que se trata de um técnico de convicções, que não se alteram seja com um time Série B seja com o Brasil.
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Mas também não precisamos dizer que este momento seria mais de resultados do que de convicções, não é mesmo? Depois das lamentáveis partidas sob o comando de Ramon Menezes, seria necessário arrumar a equipe e entregar a melhor situação possível para Ancelotti ou qualquer outro que aceitar a incumbência. Não é isso que está acontecendo. Diniz não abre mão de seu estilo, independentemente do resultado.
Contra a Venezuela e contra o Uruguai, desde o primeiro minuto estava claro que o jogo não estava desenrolando. Mas tudo bem, não custa esperar o intervalo para mudar. Passou o intervalo, passou mais tempo e nada... Foram 33 minutos até fazer algo diferente contra a Vinotinto, e 27 minutos até fazer algo diferente contra a Celeste. E não deu certo, talvez até por decisões erradas e a insistência em suas convicções, como um meio-campo que não combate e não arma.
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Apesar de todos nós sabermos como Diniz é em seus trabalhos, precisamos ser justos, porque quatro jogos são insuficientes para fazer um relatório completo de sua trajetória na Seleção. Até porque, teve treinador que passou mais de seis anos e preferiu "morrer" com seus próprios erros e convicções do que mudar. Sim, Tite insistiu em nomes e posturas que ajudaram a levar o Brasil a duas eliminações evitáveis em Copas.
Isso sem contar as convicções das segundas passagens de Dunga (e de quem o escolheu), ou as de Felipão (e de quem o escolheu). Há uma sucessão de teimosias e insistências que não conseguem entender o momento da Seleção, que há anos é de jogar com o que tem e procurar ao máximo reunir os melhores jogadores, sendo que há apenas um protagonista para dezenas de coadjuvantes.
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Aliás, nós também precisamos nos desfazer da nossa convicção de que o futebol brasileiro é um celeiro de craques e que podemos ganhar quando quisermos, que nem precisamos de um treinador. Além daquela ignorância peculiar de quem parou no tempo sobre "Seleção Brasileira tem que ter técnico brasileiro". É verdade, tem dado muito certo nesses últimos 20 e poucos anos sem ganhar Copa. Eles, lá fora, estão errados. Nós e nossas convicções estamos certos.
Quanto mais convictos somos, mais "matamos" a Seleção Brasileira.
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