Criado por Dunga nos anos 1990, quando ainda atuava no futebol italiano, um projeto social no Rio Grande do Sul entregou nesta quinta-feira (19) a 100ª casa a famílias atingidas pelas fortes chuvas que atingiram o estado no ano passado e em maio deste ano. Além do Instituto Dunga - Seleção do Bem 8, a iniciativa, batizada de Re.Construir, contou com a parceria do Instituto Edson Prates e Fome de Aprender.
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Pelas contas do capitão do Tetra, o total de casas que contou com o apoio do Re.Construir chegou a 200, se forem consideradas também as reformas feitas em moradias que puderam ser recuperadas.
A construção e reformas de casas aos necessitados foi a ação mais recente do Instituto Dunga, que existe há cerca de três décadas. Nesse tempo todo, Dunga, familiares e amigos têm atuado em diferentes frentes, seja doando alimentos, reformando escolas ou visitando hospitais.
— Quando joguei na Itália, os torcedores mais próximos me fizeram entender que eu fazia parte da sociedade, e para eu viver bem na sociedade eu tinha que entender como funcionava a sociedade. Comecei a fazer projetos sociais, voltei para o Brasil há mais de 30 anos, mas eu nunca quis divulgar, porque as pessoas podiam confundir, que eu estava querendo me aproveitar. Até hoje as pessoas falam isso, os empresários, os jogadores que me ajudam. Eles querem ajudar, mas não querem aparecer — conta Dunga, ao Lance!.
Para tocar o projeto, o ex-treinador da Seleção Brasileira conta com a ajuda de amigos, atletas, ex-jogadores, treinadores e empresários. Dunga e os mais próximos põem a mão na massa diretamente, enquanto que atletas e empresários fazem doações.
A pedido dos próprios jogadores, Dunga evita citar os nomes dos colaboradores. Mas diz que é comum atletas de clubes europeus, da dupla Gre-Nal e gente da Seleção Brasileira conseguir camisas autografadas, que na mão do capitão do Tetra se transformam em fundos para as ações sociais. Jornalistas e influencers gaúchos também se mobilizam pela causa.
— Meu instituto nunca gostou de pegar dinheiro. A gente gostava de pegar tijolos, cimento, comida, mas durante a pandemia, e durante a primeira enchente, a gente fez um jantar num restaurante. Eu levei várias camisas dos jogadores, e aí os empresários me pagavam R$ 20 mil numa camisa, me pagavam uma casa numa camisa, duas casas numa camisa — explica Dunga.
Dunga: 'Não adianta apontar o erro; tenho que apontar a solução'
Mais recentemente, o Instituto Dunga passou a aceitar doações em dinheiro a pedido das próprias pessoas que desejam ajudar.
— O futebol me deu tanto, e continua me dando… Vai me dar agora um documentário dessa minha vida, coisa que eu nunca esperava, a minha cidade vai fazer uma estátua, coisa que eu nunca esperava. O futebol, mesmo eu parando de jogar, continua me dando, então não seria justo eu ficar numa redoma de vidro, vendo as coisas que estão acontecendo e não fazer nada em prol da sociedade — considera Dunga.
— Quando eu vejo uma coisa errada, não adianta eu apontar o erro, eu tenho que tentar apontar uma solução. Posso até não acertar, mas eu tenho que tentar um caminho diferente. O Instituto Dunga — Seleção do Bem 8 veio justamente por isso.