Intuição dos atletas do Flamengo conduz a Seleção ao triunfo em nova partida com oscilações
Formação confusa deixa Brasil ser envolvido pelo Chile na etapa inicial. No segundo tempo, Gerson, Gabigol e Everton Ribeiro, por linhas tortas, garantem o 1 a 0 em Santiago
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O recorde de sete vitórias consecutivas em jogos de Eliminatórias da Copa do Mundo não pode mascarar algumas arestas a serem aparadas na atual Seleção Brasileira. No triunfo por 1 a 0 em partida acirrada com o Chile, a equipe de Tite viu ficarem mais evidentes alguns de seus problemas: a oscilação do desempenho entre as duas etapas, formação que deixou jogadores sacrificados em um desajuste que, ao menos no Monumental de Santiago, foi resolvido (no placar) com as trocas.
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A ansiedade por melhorar a construção ofensiva da equipe, mesmo com tantas ausências na convocação, esbarrou em problemas causados pela formação da equipe. Lucas Paquetá, atuando pela direita, acabou sacrificado devido aos clarões deixados no meio de campo.
A falta de fôlego ficava mais nítida devido à atuação decepcionante de Neymar. O camisa 10, que retornou de férias recentemente, se atrapalhava em tentativas de jogadas e cometia erros primários. "Desligado" em alguns momentos, ele tornava ainda mais inofensivo o ataque brasileiro.
A melhor chance do Brasil na etapa inicial veio dos pés de outro jogador que ganhou uma função diferente sob o comando de Tite. Na ponta-direita, Gabigol teve perspicácia de engatar contra-ataque e abrir caminho para Neymar chutar, só que a bola passou por cima da meta.
A falta de encaixe canarinho também ficou explícita à medida que a Seleção era atacada. Vidal se sobressaiu com facilidade a Bruno Guimarães e abriu caminhos para que Isla e Mena também levassem a equipe à frente. Vinicius Júnior e Paquetá tiveram de dar suporte à defesa em alguns momentos e Danilo e Alex Sandro demoraram a ter margem para subir.
Diante de um Chile que ameaçava, Weverton teve de se impor ao fazer sucessivas defesas. O goleiro salvou tentativas de Vidal e uma à queima-roupa de Vargas.
- Sair do jogo sem levar gol para mim já é uma grande noite. Uma boa atuação individual torna ainda mais especial. Estou feliz pela vitória e por ajudar em momentos importantes da partida - declarou o camisa 12.
Mesmo com as entradas Gerson e Everton Ribeiro na volta do intervalos, a configuração seguia a mesma e o Brasil continuava a sofrer para criar. Lá na frente, o camisa 11 parecia desconfortável atuando mais centralizado e buscando Gabigol e Lucas Paquetá pelas pontas.
Somente aos 18 minutos, veio a chance que valeu para o jogo. Em avanço raríssimo de Danilo, Everton Ribeiro encontrou Neymar e, no rebote do camisa 10, o meia abriu o placar.
- Tite pediu para a gente acertar os passes, ficar mais com a bola, tirar um pouco do meio de campo deles, pois estavam tendo superioridade ali. Entrei para tentar ajudar com o Paquetá, tendo o Ney mais armador. Conseguimos equilibrar mais a partida - afirmou o autor do gol da noite.
O encaixe proporcionado por Gerson, Everton Ribeiro e Gabigol, que até pouco tempo atrás estavam jogando juntos pelo Flamengo (Gerson saiu para o futebol francês), aconteceu por linhas tortas e abriu caminho para outros jogadores desafogarem a Seleção. Aos poucos, a equipe também soube ser mais consistente perante as tentativas adversárias. Mas a próxima meta é deixar de ser tão previsível e depender tanto de Neymar.
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