OPINIÃO: Seleção Brasileira precisa mudar, mas sem cometer erros de 2006 e 2014
Seria pouco inteligente continuar uma fórmula que não tem dado certo, mas as correções de rota precisam ter como lição as outras equivocadas que foram feitas anteriormente
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Não está tudo errado depois da eliminação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo do Qatar, mas é evidente a necessidade de mudanças conceituais para o próximo ciclo até 2026. O comando técnico será obrigatoriamente alterado com a saída de Tite e é aí um dos principais pontos de atenção, a fim de não repetir os erros cometidos após os fracassos recentes em 2006 e em 2014.
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Já foi falado tudo o que fez o Brasil perder nos pênaltis para a Croácia na última sexta-feira. Cada um tem uma teoria e um culpado diferente, mas no dia seguinte da decepção, já é hora de pensar no que vai acontecer daqui para frente, sem remoer o que passou, mas tirando do passado aquilo que foi errado e o que foi certo. Sem cair em clichês, mas a verdade é que a hora é agora.
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E esse momento começa na escolha do sucessor de Tite. Antes de optar pelo nome desse treinador, é preciso entender o que a CBF quer conceitualmente para a Seleção Brasileira. Não parece que a entidade, por exemplo, nutra amores por profissionais estrangeiros, indicando uma relutância em fazer mudanças muito bruscas na mentalidade que tem sido construída até aqui.
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Os sonhos por Guardiola ou por Ancelotti, diversas vezes citados por alguns brasileiros, não devem ser realizados, embora seriam passos enormes para uma evolução dos conceitos do futebol local. Mas se não tivermos isso, é importante que os dirigentes tenham em mente o que desejam: um trabalho de longo prazo com novas ideias ou um trabalho que foque no resultado e repita fórmulas?
Entre essas fórmulas está a crença no poder da individualidade para decidir jogos. Evidentemente Neymar deveria continuar como expoente desta geração, mas é preciso buscar um trabalho que potencialize essa individualidade (ou a de Vini, de Rodrygo, de Antony...) dentro de um coletivo forte, e não que faça dela o começo, o meio e o fim. Craques não são eternos e temos sofrido com isso.
Outra questão fundamental é não radicalizar nas decisões como aconteceu em 2006, após o fracasso na Copa da Alemanha, e em 2014, após o vexame na Copa do Brasil. Em ambas as oportunidades o técnico escolhido para o ciclo seguinte foi Dunga, um símbolo da Seleção Brasileira dentro de campo e que passou a ser um símbolo para "mudar tudo" no comando dela. Apesar de um resultado ou outro, essa fórmula não deu certo e deixou um legado muito pobre.
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Não é hora para esses radicalismos, que chegaram até a abrir mão de alguns dos maiores craques daquela época. Como disse esse texto em seu início, nem tudo está errado após a passagem de Tite. Há muitos conceitos que devem ser seguidos, como a aposta no trabalho de longo prazo, na possibilidade de melhora com o tempo e na chegada de jogadores mais jovens que aumentaram claramente o nível do elenco da Seleção. Até ali, parecia não haver uma renovação de qualidade.
Mas não é apenas no conceito do futebol da Seleção que a CBF precisa repensar suas estratégias. É necessário olhar também para o torcedor brasileiro, cada vez mais distante da camisa amarela. Aqui não falamos de política ou algo do tipo, mas sim da falta de identificação que o jovem amante do esporte tem hoje pelo que é esse manto, talvez o mais famoso do mundo. Se não houver essa aproximação, essa interação, o sentido dessa reunião de atletas também começa a ir pelo ralo. Como unir o povo em mais um ciclo de Copa sem alimentar esse amor? Fica a pergunta...
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