Saiba como a Seleção Brasileira pode jogar com Dorival Júnior
Técnico tem um trunfo para resgatar a confiança da torcida na equipe verde e amarela
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Considerado um dos melhores técnicos brasileiros em atividade, Dorival Júnior chega à Seleção Brasileira com a missão de resgatar a confiança da torcida na equipe verde e amarela. Para isso, o técnico conta com um trunfo: seu estilo de jogo adaptável.
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Ao contrário de Fernando Diniz, que não abre mão de seus conceitos independentemente do adversário, a principal marca da carreira do novo técnico do Brasil é a capacidade de se ajustar às características dos seus jogadores. Seus últimos trabalhos de sucesso ajudam a explicar, na prática, o que isso significa.
Se a transição de Tite para Fernando Diniz foi marcada pela mudança radical entre o jogo posicional e o jogo de aproximação (ou funcional, a depender de quem escreve), o atual técnico da Seleção Brasileira pode se gabar de ter obtido sucesso com as duas formas de jogar.
Quando dirigiu o Santos pela última vez, por exemplo, entre 2015 e 2017, Dorival utilizou um desenho muito parecido com o de Tite na Seleção: uma variação entre o 2-3-5 e 3-2-5, com laterais atuando por dentro, como armadores, e pontas alargando o campo no ataque.
No Peixe, cada jogador deveria ocupar um espaço pré-determinado e se movimentar conforme as posições do adversário e da bola (daí o nome de jogo posicional). As trocas de posição poderiam ocorrer, desde que os espaços determinados pelo técnico estivessem sempre ocupados.
Em 2022, no Flamengo, o técnico resolveu apostar em outro estilo de jogo, baseado na liberdade de movimentação dos jogadores considerados mais talentosos. A ideia era reunir todos os talentos possíveis e deixar que eles se entendessem.
Para isso, apostou em um sistema pouco usual atualmente, o 4-4-2 com um losango no meio-campo, formado por João Gomes, Thiago Maia, Everton Ribeiro e Arrascaeta. No ataque, uma dupla: Gabigol e Pedro, que trocavam de posição, e alternavam funções entre aproximar da bola para construir a jogada e atacar o espaço.
O trabalho no Rubro-Negro estava alinhado com um dos princípios que sempre norteou o trabalho de Dorival: o técnico é responsável por levar o time até a intermediária ofensiva. As decisões, especialmente no 'terço final' do campo, ou seja, próximo à área de ataque, são responsabilidade dos jogadores.
No São Paulo, o técnico apostou na mesma lógica, com um pouco menos de liberdade e mais movimentos pensados partindo do 4-4-2 em linha. O desenho era o mesmo 3-2-5 do Santos, com Rafinha atuando como terceiro zagueiro pelo lado direito e articulando as jogadas desde a defesa.
Rodrigo Nestor, o meia-esquerda, se posicionava por dentro, liberando o corredor para as subidas de Caio Paulista, que foi um dos destaques do Tricolor na temporada. Lucas Moura era o segundo atacante do time e atuava por trás de Calleri, posicionado entre as linhas de meio-campo e defesa do adversário.
Os jogadores do Tricolor não tinham a mesma liberdade de movimentação que Dorival implantou no Flamengo, mas também não tinham posições tão rígidas quanto no trabalho do técnico no Santos. E aí está o segredo do sucesso do treinador.
Por mais que tenha preferência por controlar a posse de bola e atacar a maioria do tempo, o técnico está disposto a modificar seus padrões táticos para extrair o melhor de cada jogador e equilibrar ataque e defesa. Foi assim que conquistou uma Libertadores (2022) e três Copas do Brasil (2010, 2022 e 2023), além de sete estaduais em diversos estados, nos seus mais de 20 anos de carreira à beira do gramado.
O primeiro compromisso de Dorival à frente da Seleção Brasileira será o amistoso diante da Inglaterra, em Wembley, no dia 23 de março. Depois, o técnico enfrenta a Espanha (provavelmente no dia 26 do mesmo mês).
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