Talento individual é decisivo, mas defesa ainda preocupa na Seleção
Brasileiras venceram bem a Jamaica por 3 a 0, mas sofreram além do necessário com transições defensivas ainda dando espaços
- Matéria
- Mais Notícias
Depois de sofrer nove derrotas antes da Copa do Mundo, o Brasil, enfim, voltou a vencer. Superior durante os 90 minutos, a Seleção Brasileira bateu a frágil e jovem Jamaica por 3 a 0 no Stade des Alpes, em Grenoble (FRA), e viu o talento individual de grandes jogadoras fazer a diferença. O time de Vadão, porém, ainda se vê com dificuldades, especialmente defensivas, que podem fazer a diferença contra equipes de mais qualidade.
A diferença que se viu do que o time apresentou nos amistosos foi a vontade das atletas, que se aproveitaram da falta de experiência de uma Jamaica estreante em Copas. A desorganização na transição da defesa e as inúmeras chances perdidas continuaram a assombrar um time que ainda parece mal treinado. Apesar do domínio, a goleira Bárbara foi obrigada a fazer pelo menos três boas defesas.
Com o esquema 4-2-4 usado por Vadão em algumas oportunidades, o espaço no meio de campo não foi tão determinante nesta partida, mas pode ser crucial contra seleções de mais qualidade que joguem principalmente com a posse de bola. Isso, inclusive, é algo que falta às brasileiras, que optam por priorizar a correria e a qualidade das atletas de frente, expondo da defesa. Com quatro jogadoras de frente, Formiga e Thaísa ficam sobrecarregadas na marcação e é a mais nova quem se sacrifica mais.
Sem Marta, Andressa Alves foi a responsável pela armação do Brasil e fez uma partida consistente, apesar do pênalti perdido. Com passes em profundidade e boa movimentação, ela atuou parecido com o que faz no Barcelona e rendeu melhor do que vinha na Seleção, saindo do lado direito e aparecendo no meio. Cristiane, autora dos três gols, superou as constantes lesões para ser decisiva.
Relacionadas
Além das duas, Debinha também teve papel importante na partida. Apesar de ter desperdiçado duas chances claras de gol, foi a válvula de escape da equipe, colocando velocidade e sendo essencial na pressão à saída de bola da Jamaica no lado esquerdo do ataque. O Brasil também explorou bolas longas durante boa parte do tempo e a camisa 9 foi importante nesse contexto, aproveitando o espaço deixado às costas da defesa adversária.
Agora, o buraco é mais fundo: o próximo desafio do Brasil no torneio é a Austrália. Diferente da Jamaica, as australianas possuem experiência no cenário internacional e, apesar da derrota na estreia, diante da Itália, são fortes candidatas à classificação. Mesmo com o brilho individual, a produção ofensiva acima da média e a goleada, a equipe de Vadão precisa se preocupar com a defesa e, principalmente, a transição no meio-campo, já que será mais exigido no setor a partir do compromisso seguinte.
Mais lidas
Newsletter do Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias