O Brasil é o país do surfe. Na decisão do WCT nesta quinta-feira em Pipeline, no Havaí, a Brazilian Storm fez barba, cabelo e bigode, dominou a reta final da competição, e consagrou um novo campeão mundial: Adriano de Souza.
Mineirinho faturou o título do circuito pela primeira vez na carreira aos 28 anos, e em sua décima temporada na elite da modalidade. A taça foi conquistada em grande estilo, com vitória na última etapa da temporada sobre o então campeão mundial, Gabriel Medina, por 12,84 pontos a 8,50.
O surfista paulista, criado nas ondas do Guarujá, iniciou o dia tendo que “secar” o favorito ao título, o australiano Mick Fanning, que chegou no Havaí como o líder na classificação geral. Para ser campeão, Mineirinho tinha que fazer sua parte, e torcer para Fanning perder antes do que ele.
E isso veio a acontecer na semifinal. A “ajudinha” acabou vindo do próprio Medina, que superou o tricampeão mundial por 11,33 pontos a 10,36. Os tradicionais tubos de Pipeline apareceram poucas vezes durante o dia. Então, para vencer, o brasileiro recorreu aos seus tradicionais aéreos em sua última tentativa, já nos minutos finais. Com esta manobra, Medina marcou 6,50 pontos, virou para cima de Fanning e se classificou para a final da etapa.
Na bateria seguinte, cabia a Mineirinho vencer para ser campeão. Seu adversário foi o havaiano Mason Ho, que não fez parte do WCT em 2015, e só competiu na decisão por meio de uma classificatória realizada antes da competição.
Novamente as ondas não apareceram, mas Mineirinho fez sua parte. Ele venceu por 6,83 a 3,83 e conquistou o título. Ao sair do mar, foi carregado pela torcida brasileira. O surfista dedicou a taça ao amigo Ricardo dos Santos, que era surfista e morreu assassinado em janeiro.
– Carregarei a alma dele comigo para sempre. Sei que ele estará comigo sempre – disse Mineirinho, que tem uma tatuagem no braço direito em homenagem a Ricardo.