Djokovic diz que Sinner foi beneficiado em caso de doping e pede mudanças
Sérvio e outros tenistas apontaram um futuro favoritismo de Sinner
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Novak Djokovic não gostou nada da resolução do caso de doping de Jannik Sinner. Para resolver a polêmica, o tenista número 1 do mundo aceitou uma suspensão de três meses em acordo com a Agência Mundial Antidoping (Wada). O sérvio, no entanto, destacou que não concorda com a decisão final, assim como outros tenistas que também estão frustrados com todo o processo.
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"Falei com vários jogadores", disse Novak Djokovic quando questionado sobre o caso de doping de Jannik Sinner em uma coletiva de imprensa no ATP 500 de Doha. Um dos membros fundadores da PTPA, que emitiu uma declaração forte sobre o caso, o sérvio agora fala pessoalmente sobre toda a controvérsia que ocorreu com o número 1 do mundo desde o torneio do Qatar.
- Desde agosto do ano passado, tem sido como um terremoto para o mundo inteiro. A outra número 1 do mundo (agora vice-líder), Iga Swiatek, também foi suspensa sem que ninguém soubesse de nada, e ela foi suspensa na pré-temporada, quando não havia torneios. É óbvio que a confiança está cada vez mais perdida. Pessoalmente, eu dificilmente acredito em qualquer coisa, não apenas nesses casos, mas em geral há deficiências - disse o sérvio, e seguiu:
- Um jogador de ponta pode pagar os melhores advogados e ter acesso a recursos para ter uma chance melhor de lutar e obter um resultado melhor do que alguém que não é. A Wada diz em suas regras que cada caso é diferente, que quando um positivo é descoberto você tem um tempo razoável para fazer uma declaração e descobrir a causa de tudo. Sinner fez isso em seis horas, é por isso que ele conseguiu um acordo melhor. Os outros não. Nem todo mundo consegue fazer isso tão rápido. Eles têm que falar com as pessoas em sua equipe e descobrir o que aconteceu.
O possível favoritismo de Sinner
A dura opinião de Djokovic sobre o caso de Sinner não exclusiva do sérvio. Segundo o número 7 do mundo, outros tenistas também não estão de acordo sobre como o processo foi lidado, além de citarem um possível favoritismo do italiano.
- Falei com vários tenistas no vestiário, não apenas nos últimos dias, mas também nos meses anteriores. A maioria deles não está feliz com a forma como todo o processo se desenvolveu e não acredita que seja justo. Muitos deles acreditam que houve favoritismo - explicou Nole.
Além de expor a insatisfação geral com o caso de doping de Jannik Sinner, Djokovic ainda pediu que mudanças sejam realizadas. Para reforçar o pedido, o tenista chegou a citar outros casos de jogadores que não são tão conhecidas no mundo do tênis e fora.
- Vimos os casos de Simona Halep e Tara Moore, e outras jogadoras que talvez sejam menos conhecidas, que lutaram por anos para resolver seus casos, ou que foram suspensas por um longo tempo. Acho que é hora de fazer algo e abordar o sistema, porque está claro que a estrutura não está funcionando assim. É inconsistente e acho muito injusto, e é tudo o que tenho a dizer sobre isso. Veremos o que acontece no futuro próximo, se todo o caso atrai mais atenção e pode lançar luz sobre outros casos de jogadoras de nível inferior. E você tem que ter em mente que Sinner e Swiatek eram os números 1 do mundo na época - relembrou Djokovic, e concluiu:
- Sinner será banido por três meses por alguns erros e negligências de alguns membros de sua equipe que, no entanto, trabalharam no circuito. Até que se prove o contrário, Jannik e Iga são inocentes, mas temos que falar sobre a maneira como eles foram tratados e como trataram os outros. O momento também é interessante. A suspensão de Sinner termina antes do torneio de Roma e ele não perderá nenhum Grand Slam. Esses acordos levantam bandeiras vermelhas e as pessoas questionam a credibilidade das agências antidoping.
Entenda o caso de doping de Sinner
O tenista italiano e número 1 do mundo, Jannik Sinner e a Agência Mundial Antidoping (Wada) chegaram a um acordo e o atleta vai cumprir uma suspensão de três meses por ser pego no doping, ou seja, só poderá retornar depois do dia 4 de maio.
Exames realizados em março do ano passado deram positivo para clostebol, uma substância esteroide anabolizante proibida pelo regulamento da entidade.
Em agosto de 2024, a explicação de Sinner para a contaminação centrou-se em um spray curativo que tinha sido usado para tratar um corte sofrido por seu fisioterapeuta, Giacomo Naldi. Especialistas científicos aceitaram a alegação de que Naldi havia, de forma imprudente, exposto Sinner ao ingrediente Clostebol por meio de massagens regulares de corpo inteiro.
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