Gaudenzi alerta para racha no tênis
Presidente da ATP quer evitar uma guerra civil
O CEO da ATP, o ex-tenista italiano Andrea Gaudenzi, concedeu uma entrevista ao jornal The National, nos Emirados Árabes Unidos, para falar sobre a gestão do tênis e seu ambicioso projeto "One Vision" [Uma visão] que busca integrar ATP, WTA e Grand Slams.
Gaudenzi começa a entrevista falando sobre a decisão de levar o ATP Finals Nex Gen para a Arábia Saudita e destaca a boa relação que tanto ATP quanto WTA têm estabelecido com produtores de eventos e governos locais. Ele aponta para negociações de um torneio com os oito melhores da temporada abaixo dos 21 anos que também tenha uma chave da WTA e mostrou-se otimista.
Ao ser perguntado a respeito se é verdade que existe uma discussão avançada de criar no circuito masculino uma espécie de circuito 'Premium' em que todos os tenistas do top 100 teriam como calendário os torneios do Grand Slam e 10 Masters 1000, o italiano negou que acredita que isso aconteça.
"Porque, em última análise, o que quer que esteja escrito naquele artigo, é definitivamente o conceito de focar em um produto premium, o que significará que os Slams e os Masters e o produto premium, todos juntos, são uma proposta muito poderosa para os consumidores. Isso eu concordo 100 por cento. É isso que estamos tentando fazer com o OneVision", destacou.
Ainda no tema, Gaudenzi insiste que a discussão do tênis não é e nem deve ser interna e sim com outras ligas e produtos de entretenimento. Para ele, uma divisão "destruiria tudo o que foi construído em muitos anos".
"Penso que é possível chegar lá construindo sobre o valor que temos hoje, em vez de destruir e criar perturbações. Penso que é sempre mais caro, consome tempo, energia e dinheiro, não é necessário", destacou ele que garante estar 100% certo de que é possível se chegar a um consenso dentro do circuito com jogadores, eventos, patrocinadores, detentores de direitos de mídia e demais atores do tênis profissional como WTA e os Grand Slams.
"Porque em última análise estamos alinhados. Todos nós pressionamos para que o tênis seja mais forte e cresça, face aos outros esportes e face às outras propriedades de entretenimento. Então estamos do mesmo lado, estamos no mesmo time – isso é tênis coletivo. Ter uma guerra civil não ajuda”, destacou.
De acordo com ele, a separação dos circuitos ou rachar internos podem confundir ainda mais os fãs, que já lidam com grandes calendários, direitos televisivos distribuídos e outras situações: "Seria um grande erro seguir nessa direção", acrescentou.