TIM 4G: Adriano, o eterno Imperador
Um dos ídolos recentes da história do Flamengo, atacante é inesquecível para o torcedor
Um dos maiores ídolos da história recente do Flamengo, Adriano Leite Ribeiro, o eterno Imperador, ganhou a torcida não só pelo talento dentro de campo, mas também pelo carisma e pela humildade que sempre demonstrou. E - por que não? – pelas peripécias na vida pessoal. Declaradamente rubro-negro, é um autêntico craque TIM 4G, sendo um dos homenageados pela TIM, patrocinadora dos quatro grandes clubes cariocas.
Adriano nasceu e cresceu no Rio de Janeiro, na comunidade da Vila Cruzeiro, numa das regiões mais perigosas do Rio de Janeiro. Começou a jogar nas categorias de base do Flamengo e foi revelado no profissional em 2000, prestes a completar 18 anos. Alto, canhoto, com grande vigor físico, logo mostrou ter força de goleador. Na Gávea, chamou a atenção a ponto de ser convocado para a Seleção Brasileira principal. Foi o artilheiro do Mundial Sub-20 em 2001, ano em que foi contratado pela Internazionale de Milão após 46 jogos e 12 gols pelo Flamengo. Na estreia na Itália, fez um gol contra o Real Madrid, em pleno Santiago Bernabéu, e mostrou que não seria apenas mais um estrangeiro na Europa.
No entanto, acabou emprestado para clubes como Fiorentina e Parma para ganhar experiência, o que acabou sendo muito positivo. Voltou para a Inter em 2004 para fazer dupla com o italiano Christian Vieri, ganhou o apelido que praticamente virou um sobrenome - uma alusão ao imperador romano Adriano - e conquistou de vez uma vaga na Seleção Brasileira quando ajudou a equipe a conquistar a Copa América daquele ano, marcando sete gols, um deles na final, no empate em 2 a 2 com a Argentina, nos acréscimos, resultado que levou a decisão do título para os pênaltis, culminando com a emocionante vitória verde-amarela sobre os eternos rivais. Com a camisa da Seleção, Adriano brilhou ainda na conquista da Copa das Confederações de 2005, na Alemanha, quando formou o chamado quadrado mágico ao lado de Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Robinho.
Após aquela conquista, porém, Adriano enfrentou uma série de problemas pessoais. A morte do pai o levou à depressão e ao alcoolismo. O desempenho em campo foi diretamente afetado. Na Copa de 2006, na Alemanha, jogando ao lado de Ronaldo, só fez dois gols e foi muito criticado pela falta de mobilidade no ataque. A má fase persistiu na Inter, com ele passando a frequentar o banco de reservas e envolvendo-se em polêmicas fora de campo. Perdeu a confiança do técnico Roberto Mancini e não foi inscrito na Copa da Uefa na temporada 2007-2008. Foi liberado para tratar uma lesão no São Paulo e acabou emprestado ao Tricolor, reencontrando o bom futebol no Campeonato Paulista e na Libertadores de 2008. Voltou ao futebol italiano, marcando gols, mas descuidando-se da parte física com noitadas e polêmicas na vida pessoal.
Em 2009, o artilheiro abandonou a Inter de Milão. Voltou para o Brasil sem a autorização do clube italiano e o sumiço gerou especulações de que teria sido assassinado no Complexo do Alemão, conjunto de favelas do Rio de Janeiro. Adriano foi "encontrado" na casa de familiares na Vila Cruzeiro, onde foi criado. Disse que tinha perdido a alegria de jogar futebol.
Em maio de 2009, desacreditado por todos, assinou contrato com o Flamengo e acabou sendo, ao lado do meia Petkovic, o protagonista da conquista do Campeonato Brasileiro daquele ano, terminando a temporada como artilheiro da competição ao lado de Diego Tardelli, do Atlético-MG, ambos com 19 gols. No ano seguinte, formou, com Vagner Love, a dupla de ataque rubro-negra da temporada, que ficou conhecida como Império do Amor.
O "amor" com a torcida do Flamengo, no entanto, ia de mal a pior. Adriano perdeu um pênalti na derrota para o Botafogo por 2 a 1 na final da Taça Rio de 2010 e, na sequência, o Rubro-Negro foi eliminado na Libertadores, pela Universidad de Chile. Fora dos gramados, as polêmicas continuavam. O jogador foi fotografado portando armas de fogo e a polícia investigou o envolvimento dele na compra de uma moto registrada em nome da mãe de um traficante do Morro da Chatuba, amigo de infância de Adriano.
Desgastado, deixou o Flamengo e, em junho de 2010, assinou contrato de três anos com a Roma. Não cumpriu nem um: deixou o clube italiano em março de 2011, sem marcar gols, por problemas disciplinares.
A pedido de Ronaldo, ex-companheiro de Seleção, o Imperador chegou ao Corinthians alguns dias depois, mas também não conseguiu reencontrar o bom futebol. Sofreu com uma lesão no tendão de Aquiles ainda na fase de preparação e ficou seis meses fora. Na volta, teve poucas chances com o técnico Tite - fez apenas oito jogos e dois gols - e, após novo ato de indisciplina, deixou o Timão pela porta dos fundos em março de 2012.
Lesionado, iniciou conversas para retornar ao Flamengo. Recuperado, assinou contrato. A expectativa era a de que, a exemplo do que aconteceu em 2009, ele renascesse no clube que o revelou. Mas, desanimado e nitidamente fora de forma, Adriano decepcionou. Chegava atrasado às atividades, faltava aos treinos sem justificativa e era visto constantemente na noite carioca. Encerrou a terceira passagem pelo Rubro-Negro sem entrar em campo sequer uma vez, em novembro de 2012.
O atacante ficou o ano de 2013 inteiro sem clube. Assinou contrato por produtividade com o Atlético-PR em 2014, mas, poucos meses depois, após faltar ao segundo treino, acabou dispensado. Foi pelo clube o último gol do Imperador em jogos oficiais, em abril de 2014, contra o The Strongest, na Bolívia, pela Libertadores. Antes, ele havia marcado no 25 de fevereiro de 2012, quando defendia o Corinthians.
No fim de 2014, o Le Havre, da França, chegou a anunciar acerto com Adriano. No entanto, a contratação dependia de uma quantia volumosa de dinheiro por parte de um empresário que estava adquirindo o clube. Sem pagamento, o negócio não evoluiu. Em 2016, chegou a atuar pelo Miami United, equipe amadora dos Estados Unidos. Fez dois jogos e um gol.
Em maio deste ano, recebeu proposta do presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, para recuperar a forma física e técnica para - quem sabe? - ser o camisa 9 da Gávea e da Seleção Brasileira. Aos 35 anos, não aceitou o desafio e segue sem time, aparentemente aposentado, embora não bata o martelo quando o assunto é pendurar as chuteiras.
Patrocinadora de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco, a TIM homenageará até o fim de 2017 jogadores do passado dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro, que, de forma geral, apresentaram os atributos “G” (Garra, Gênio, Gigante, Grandeza) quando atuavam. Periodicamente, contaremos um pouco da história destes craques e o motivo deles terem sido escolhidos. Afinal, os quatro maiores times cariocas merecem a maior cobertura 4G do Rio e as melhores histórias para serem compartilhadas.