Ser um dos autores do samba-enredo que homenageou o maior jogador da história do Flamengo e ter sido chefe de uma torcida organizada do clube já seriam credenciais suficientes para fazer de alguém um rubro-negro de alto nível. Mas no caso de Elymar Santos são apenas dois capítulos numa vida que não teria o mesmo sentido se não existisse o time do coração. O cantor e compositor é um autêntico torcedor TIM 4G, daqueles que sempre estão presentes e disponíveis quando o assunto é o Mais Querido do Brasil, esbanja confiança para a final da Copa Sul-Americana e arrisca até placar.
A história de Elymar com o Flamengo remete aos tempos em que ele ainda era um bebê. O padre que o batizou ouviu na hora em que se preparava para jogar água na cabeça dele que ali estava um rubro-negro. A autora da frase foi a madrinha Elza, a tia Cotinha, torcedora daquelas capazes de pular de um prédio para ver o time jogar. Sem poder escolher o time, cresceu no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, aprendendo a amar o clube. E, ainda jovem, viu Zico, apenas cinco meses mais novo do que ele, surgir e virar ídolo maior da Nação.
A paixão era tanta que ele se tornou chefe da Flamor, torcida organizada que já não existe mais. Na época, cansou de virar noites picando papel para levar ao Maracanã no dia seguinte e jogar em campo na entrada do time.
No Maracanã, Elymar viveu momentos inesquecíveis, viu o Flamengo formar a melhor geração da história do clube e ser campeão inúmeras vezes. Na volta para casa, o sonho de ser cantor dividia espaço com a alegria de ser rubro-negro. Entre uma apresentação e outra como calouro nos programas do Chacrinha e de Flávio Cavalcanti, sempre encontrava uma forma de estar ligado ao clube e à Imperatriz Leopoldinense, escola de samba onde deu os primeiros passos musicais.
- Flamengo, para mim, é paixão. Os fãs me associam à Imperatriz Leopoldinense e ao Flamengo. Sou muito ligado ao clube e já recebi várias homenagens de lá. Tenho placas maravilhosas – disse Elymar.
Dos concursos de calouros e dos discos independentes, o cantor resolveu dar um salto na carreira em 1985. Vendeu tudo o que tinha e alugou o extinto Canecão – casa de show que fez muito sucesso no Rio de Janeiro e funcionou até 2010 – para uma apresentação que serviria como uma espécie de cartão de visitas para o grande público. O sucesso foi imediato e Elymar caiu no gosto popular, tornando-se um dos artistas de mais prestígio nas paradas musicais do Brasil na época. A ponto de ter virado enredo de três escolas de samba entre 1991 e 1999: as cariocas Em Cima da Hora (em 1991) e Império da Tijuca (em 1998) e a paulista Camisa Verde e Branco (em 1999). Nas três vezes, o clube do coração acabou sendo homenageado por tabela.
- Eu sempre coloquei o Flamengo na Avenida – lembra o cantor, que em 2013 viu uma grande oportunidade para concorrer como compositor na Imperatriz Leopoldinense.
Por ocasião dos 60 anos de Zico, a escola fez o enredo “Arthur X - O reino do Galinho de Ouro na corte da Imperatriz” para o Carnaval do ano seguinte. Elymar, que nunca havia concorrido com um samba na Imperatriz, não só entrou na disputa como, ao lado de Guga, Tião Pinheiro, Gil Branco e Me Leva, ganhou o direito de cantar a história do maior ídolo do Flamengo na Sapucaí.
- Para fazer este samba-enredo, eu não precisei ler nada, sabia toda a história de vida do Zico. E agora, o mais bonito é que em todo fim de ano, quando tem o jogo dele, o samba é tocado no Maracanã. Chego na loja do Flamengo, e, às vezes, está tocando também. A torcida sabe quem fez. Quando compus, pensei em fazer um samba para o povo cantar “Dá-lhe, Dá-lhe, Dá-lhe ô”. Ver o samba sendo cantado por toda Avenida foi um prêmio que eu vou levar para o resto da vida – diz Elymar, sem esconder o orgulho com o feito.
O cantor, que sempre foi um torcedor de frequentar arquibancada, é daqueles que ficam com o coração na mão quando um compromisso o impede de assistir ao jogo do Flamengo. Quando tem show, pede para alguém lhe avisar sobre o resultado. E faz questão de avisar ao público. Se a opção é ver pela TV, prefere o isolamento, como pretende fazer nesta quarta-feira, na decisão da Copa Sul-Americana, contra o Independiente:
- Não gosto que ninguém fique conversando perto de mim quando o Flamengo está jogando. Às vezes, prefiro ver mesmo sozinho. Todo mundo quer ser técnico e isso me dá um desespero. Nesta quarta-feira, uns amigos vão para minha casa, mas eles vão ficar na sala e eu, no meu quarto, vendo o jogo sozinho.
Elymar mostra certeza de que o Flamengo será capaz de se recuperar da derrota de 2 a 1 no jogo de ida e, consequentemente, conquistará o título.
- Acredito que vai ser 3 a 0 pra gente. Mas é um jogo imprevisível. Qualquer um pode fazer o gol do título pela necessidade que o time tem. Os mais prováveis podem não aparecer. Não é um jogo para determinar quem vai fazer o gol. Até de goleiro vale. E acho que o Cesar, por substituir o Muralha, vai ser o nosso salvador.
Elymar, que se prepara para uma apresentação de pré-réveillon no Rio no dia 27 (na Riosampa), tem como projeto para 2018 o lançamento de dois cds e dvds, como parte da comemoração dos 30 anos do memorável show no Canecão. Se puder ser com mais um título como torcedor do Flamengo, melhor ainda. Como dizem o hino do clube e o samba em homenagem a Zico, “Vencer, Vencer, Vencer”!
Patrocinadora de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco, a TIM contará a história de outros torcedores famosos que dão “a maior cobertura”, “que estão sempre presentes” e “disponíveis” para o seu time. Afinal, os quatro maiores times cariocas merecem a maior cobertura 4G do Rio e as melhores histórias para serem compartilhadas.