TIM 4G: Washington, o Coração Valente, ídolo tricolor
Atacante, que venceu problemas coronários, deixou saudade nas Laranjeiras
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Atacante impetuoso, talentoso e forte, Washington Stecanela Cerqueira conquistou a torcida dos times pelos quais passou pelos gols e pela raça. Mas não foi a habilidade com os pés que o fez cair nas graças do torcedor brasileiro, independentemente do clube de paixão. Exemplo de superação, o artilheiro ficou conhecido como Coração Valente, após superar problemas cardíacos que quase encerraram a carreira dele precocemente em 2002, aos 27 anos, e vencer a parada mais difícil da própria vida. É um autêntico craque TIM 4G do passado e um dos homenageados pela TIM, patrocinadora dos quatro grandes clubes cariocas.
Natural de Brasília (DF), nascido em 1º de abril de 1975, Washington começou a jogar nas categorias de base do Brasília, aos 14 anos. Aos 16, já jogava no Caxias (RS) e se destacava nas categorias de base. Depois de se profissionalizar, teve passagens rápidas por clubes como Internacional, Grêmio, Ponte Preta e Paraná. No período, descobriu que era diabético e teve de fazer adaptações na própria rotina para continuar sendo atleta.
Retornou à Ponte em 2001 para se tornar artilheiro do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil, com 16 e 12 gols, respectivamente, despontando de vez para o futebol brasileiro. As boas atuações na Macaca despertaram o interesse de clubes de fora e Washington foi para o Fenerbahçe, quando começou a viver o drama que o marcaria para sempre. No clube turco, subitamente, em um dia de treino comum, reclamou de uma "queimação" no peito. O caso foi tratado como azia. Três dias depois, sentiu dores no braço esquerdo e procurou um médico. O diagnóstico foi devastador: uma das suas artérias estava 90% entupida e ele corria o risco de sofrer um infarto a qualquer momento. Washington acabou tendo de ser submetido a uma cirurgia de cateterismo e a uma angioplastia às pressas, sendo aconselhado pelos médicos a abandonar o futebol.
De volta ao Brasil, no Atlético-PR, começou a recuperação, mas não passou no exame clínico. Desesperou-se e chegou a pensar em se aposentar. No entanto, fez nova cirurgia, colocou um stend mais moderno, que possibilitaria a prática do futebol e começou uma solitária e morosa reabilitação. Treinou sozinho por sete meses e, aos poucos, foi retomando a condição física. Foram vários os momentos em que pensou em parar. E, quando todos esperavam um discurso de despedida, Washington ressurgiu no Furacão. Disputou o Campeonato Brasileiro de 2004 e foi o artilheiro da competição com 34 gols, estabelecendo recorde de tentos marcados em uma única edição do torneio. Nascia ali o Coração Valente.
Nas três temporadas seguintes, ele foi para o futebol japonês, onde defendeu o Tokyo Verdy (com 22 gols em 33 partidas) e o Urawa Red Diamonds (com 42 gols em 52 jogos).
Mas a história de amor eterno com o Fluminense ainda estava para acontecer. De volta ao Brasil, Washington foi apresentado nas Laranjeiras como o primeiro reforço do Tricolor para a Libertadores de 2008. Com um grupo recheado de astros como Conca e Thiago Silva e comandado por Renato Gaúcho, o Flu chegou a uma inédita final do torneio, mas acabou derrotado pela LDU (EQU), no Maracanã, nos pênaltis. E as três cobranças perdidas na decisão foram justamente dos três jogadores mais habilidosos do clube. No entanto, a campanha aguerrida, 23 anos depois da última vez que o Tricolor havia disputado a competição sul-americana, fez o Coração Valente ganhar um lugar especial nos corações tricolores e ocupar o lugar de ídolo de vez. Novamente, ele foi o artilheiro do Brasileirão, com 21 gols.
No fim da temporada, Washington se transferiu para o São Paulo, que havia conquistado o Brasileiro do ano anterior, mas não teve boas atuações e acabou perdendo espaço, com as chegadas de Fernandão e Ricardo Oliveira. Retornou ao Flu em 2011, com o técnico Muricy Ramalho, para substituir Fred, lesionado. Chegou a passar por um jejum de 13 partidas sem fazer gol, mas ainda assim foi decisivo nos jogos finais e garantiu o primeiro título nacional dele. Em janeiro de 2012, aos 35 anos, o Coração Valente anunciou a aposentadoria.
A passagem pela Seleção Brasileira foi discreta. Soma apenas nove convocações, todas entre 2001 e 2002. Ele chegou a ter chances de disputar a Copa do Mundo da Coreia e do Japão, mas não foi relacionado na lista final.
Washington foi o vereador mais votado em Caxias do Sul nas eleições de 2012, pelo PDT. Atualmente, ele prepara o coração para novos desafios: quer ser técnico de futebol. Fez estágio em clubes brasileiros como Atlético-PR e o próprio Flu, e espera uma chance de estagiar na Seleção com Tite. Recentemente, revelou que, em conversa com o técnico Levir Culpi, recebeu o conselho de que, para ser treinador, o coração tem de ser muito mais valente do que no tempo em que era jogador.
Patrocinadora de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco, a TIM homenageará até o fim de 2017 jogadores do passado dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro, que, de forma geral, apresentaram os atributos “G” (Garra, Gênio, Gigante, Grandeza) quando atuavam. Periodicamente, contaremos um pouco da história destes craques e o motivo deles terem sido escolhidos. Afinal, os quatro maiores times cariocas merecem a maior cobertura 4G do Rio e as melhores histórias para serem compartilhadas.
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