CEO do Google Brasil vê ‘lives’ pela internet como complemento de mídias para clubes crescerem
Fábio Coelho aponta transmissões da FlaTV como um bom parâmetro, alerta para potencial de clubes nas redes e pede 'janela de negociação mais forte' nessa área
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A sensação de que o esporte vem conseguindo um avanço tecnológico por meio das "lives" foi um fenômeno evidenciado pelo vice-presidente do Google Inc. e CEO do Google Brasil, Fábio Coelho. Em webinar promovido pela Academia LANCE! nesta quinta-feira, o executivo expôs que, no Brasil, a pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças de hábito entre a população.
- Além das buscas aumentarem mais de 100%, recentemente 85% dos brasileiros declararam que aumentaram o uso de tecnologia durante a pandemia - e ressaltou:
- Das dez principais lives que aconteceram no mundo, oito são brasileiras - complementou, apontando entre as boas audiências a cantora Marília Mendonça e duplas sertanejas.
Aos seus olhos, as exibições dos jogos por meio do canal FlaTV foram vistos como um fenômeno relevante para o mercado. E detalhou como foi lidar com o imbróglio da chance de transmissão ser suspensa pelo "disputa" entre o Rubro-Negro e o Grupo Globo.
- O Flamengo trouxe a maior "live" esportiva, com mais de 2 milhões de "concurrent viewers" simultâneos. Isto é um mercado superinteressante. Como fazer monetização, "superchat"... Não sabíamos como poderíamos lucrar, pois havia risco. De início, não sabíamos se poderíamos fazer monetização, pois havia risco da transmissão ser suspensa. Mas depois começamos a entender que temos a oportunidade de cuidar deste mercado no futuro - afirmou.
Fábio Coelho falou que os clubes têm de ficar cientes do potencial de audiência que conseguem.
- Eles precisam ter capacidade de chamar sua base de audiência. A FlaTV teve uma belíssima transmissão, mas se a gente quer uma transmissão mais neutra, ela continuará acontecendo. Foi um bom parâmetro, agora, é importante que nestas idas e vindas especialmente em torno da discussão da MP 984 saibam do potencial que eles têm e disponibilizem serviços essenciais. Queremos ajudar da nossa maneira - declarou.
O evento também teve a participação do editor e fundador do LANCE!, Walter de Mattos Junior. Presente no evento, o advogado e coordenador acadêmico do programa FGV/FIFA/CIES em Gestão de Esporte, Pedro Trengrouse, apontou.
- Há a importância do engajamento direto com o torcedor, o seguidor, coisa que não acontecia no pay per view nem na TV aberta, que dependem de anunciantes. Com isto, os clubes correm o risco de não saber do potencial enorme que possuem com a Internet. A MP que já corre risco de caducar só deprecia e diminui o valor das negociações - disse.
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Fábio Coelho ressalta que o Google não pode soar como concorrente da televisão.
- Acredito em complementaridade das mídias. Ao se complementarem, fica mais fácil a valorização de jogos. Deve ter uma janela de negociação cada vez mais forte, onde ficam empresas com direito aos negócios das redes - e, em seguida, apontou:
- A televisão brasileira é muito boa, tem qualidade. Meu objetivo é trabalhar com a Globo, SBT, Record... Mas se complementando pode ficar mais fácil a valorização de jogos, tornando o esporte mais forte. O esporte emprega muita gente, é necessário que haja uma ajuda na profissionalização, para os clubes aproveitarem seu potencial na Internet.
Sobre a Academia LANCE!
A Academia LANCE! ministrará uma série de webinars com convidados importantes para debater assuntos atuais envolvendo esporte, marketing, finanças e negócios. Confira a agenda dos próximos seminários:
18/08 - Pedro Paulo, deputado federal, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol
01/09 - Guilherme Ribenboim, vice-presidente global de operações do Twitter
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