ANÁLISE: Vasco contratou, mas não se reforçou e segue sem um craque na luta contra o rebaixamento
Duas janelas de transferências se encerram e o Cruz-Maltino continua sem o seu camisa 10
A janela de transferências chegou ao fim e com ela se foi parte da esperança dos torcedores do Vasco. A expectativa era pela contratação de jogadores de nome, que tivessem peso para suportar a pressão e tirar o time da lanterna do Campeonato Brasileiro, mas isso não aconteceu. Reforços até chegaram, mas nenhum de grande impacto.
Ao todo oito jogadores foram contratados, um deles para suprir uma carência do elenco desde o início do ano. É o caso por exemplo do volante Medel, o mais conhecido dentre os contratados. A posição era tratada como prioridade, já que o Vasco contava apenas com Zé Gabriel e Rodrigo, que foi emprestado ao Londrina. Experiente, recebeu status de titular absoluto e se tornou o capitão do Vasco.
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Dois chegaram para ajudar a "corrigir a rota", termo bastante utilizado pelo diretor de futebol Paulo Bracks. Neste contexto estão o ponta Serginho e o zagueiro Maicon. Em teoria, eles foram contratados para melhorar a qualidade do elenco, ocupando o espaço de jogadores que não se destacaram. No entanto, Serginho sequer foi relacionado para o jogo contra o Corinhians, enquanto o zagueiro Maicon perdeu espaço para Miranda. Vale destacar que ambos foram contratados antes da chegada de Ramon Díaz.
Outros dois chegaram para encorpar o elenco e contaram com o aval de Ramon Díaz. São os meio-campistas Paulinho e Praxedes, que não empolgaram o torcedor, mas possuem qualidade para melhorar a competitividade do Vasco. Praxedes inclusive foi titular contra o Corinthians. O mesmo aconteceria com Paulinho se o jogador estivesse na sua melhor condição física.
Por fim, os atacantes Sebastian Ferreira e Pablo Vegetti, além do lateral-esquerdo Jefferson. Os três chegam como substitutos de Pedro Raul e Eguinaldo, vendidos para Toluca e Shakthar Donetsk, e Paulo Victor, que terminou o empréstimo junto ao Internacional.
Em teoria, as trocas reforçaram o setor ofensivo, tendo em vista que Pedro Raul vivia má fase e Eguinaldo era pouco utilizado. Sebastián Ferreira viveu o seu auge na carreira trabalhando com Ramon Díaz, enquanto Vegetti chega após ter sido o artilheiro do Campeonato Argentino com Belgrano, marcando 13 gols.
Cadê o craque do time?
A quantidade não se traduz em qualidade e isso causa muita frustração ao torcedor. É difícil explicar por exemplo a ausência de um camisa 10 após duas janelas de transferências. O Vasco tentou e fracassou ao negociar com Lanzini, Zalazar, Carrascal e Bullaude. Os nomes, todos com carreira na Europa, evidenciam que havia dinheiro, mas faltou competência.
O passado recente do Vasco mostra que dá para contratar jogadores de peso e de qualidade, mesmo sem recursos. Em 2015, um experiente Nenê de 34 anos deu esperança ao torcedor e quase conseguiu livrar o time de um rebaixamento que era dado como certo ainda no primeiro turno. A missão não foi cumprida, mas o meia se tornou um dos craques daquele Brasileirão.
Já em 2018, chegou Maxi López em final de carreira e fora de forma. Mesmo assim marcou 7 gols e deu 5 assistências que foram determinantes para manter o Vasco na Série A. No ano seguinte, Guarín também longe da sua melhor forma física, foi contratado e contribuiu para o time permanecer na elite e conseguir uma vaga na Copa Sul-Americana.
O Vasco tem até o dia 15 de setembro para contratar um craque, um camisa 10, que possa conduzir um elenco desacreditado e pressionado. Ainda há tempo e principalmente dinheiro para isso. Só que as opções são escassas, já que apenas jogadores livres podem ser contratados.