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Atlético-MG, Vasco, Volta Redonda e mais um: mistérios e curiosidades de 10% dos direitos de Marrony

LANCE! tem acesso a contrato que passou percentual de venda do atacante vascaíno do Volta Redonda a uma pessoa física, o que é proibido pela Fifa. Veja mais detalhes

Marrony comenta temperatura baixa em Foz do Iguaçu e diz que gol traz confiança
imagem cameraO atacante Marrony teve em 2019 um ano de protagonismo no time de São Januário (Rafael Ribeiro/Vasco)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 11/06/2020
01:11
Atualizado em 11/06/2020
16:29

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A negociação para a venda de Marrony segue em estágio de otimismo entre Vasco e Atlético-MG, mas também há mistério no desenrolar dos dias. No caso, um mistério que volta à tona: os 10% dos direitos econômicos que já haviam sido alvo de reportagem do LANCE! no ano passado. Agora, curiosidades voltam a surgir e o L! teve acesso a elas.

A reportagem do LANCE! teve acesso ao documento de "cessão de crédito" de parte dos direitos de Marrony ao qual o Volta Redonda tem direito. A negociação foi com uma pessoa física, que passou a deter 10% dos valores relativos ao atacante a partir daquela data: 21 de setembro de 2018. O clube da Cidade do Aço continuou com 20%.

Contrato Marrony - Vasco
Contrato foi firmado no ano de 2018 (Imagem: Reprodução)

Desde 2015, a legislação da Fifa não permite mais negociações do tipo. Questionado pela reportagem por que ele entendia não haver problema, o vice-presidente do Volta Redonda, Flávio Horta Júnior, foi sucinto:

- Porque estava prevista desde antes da regulamentação da Fifa essa possibilidade - ponderou o dirigente, citando a possibilidade de negociação com terceiros, relembrada em reportagem desta terça-feira do site Globoesporte.com. Na reportagem é revelado o contato entre Vasco e Volta Redonda sobre a venda de Marrony para o Atlético-MG.

O contrato ao qual o L! teve acesso celebra que, uma vez que não havia prioridade do Vasco para compra dos 30% de direitos econômicos de Marrony vinculados ao Volta Redonda, a nova parte estava incluída. E que a partir daquele momento, os percentuais do Voltaço e da terceira parte são relativos à futura venda.

Em tese, valores de direito econômico e valores de transferência futura são coisas diferentes. Na prática, entende-se que resulta na mesma coisa. Contudo, o Volta Redonda está a perigo da Fifa pela negociação. Nem a outra parte (de nome preservado pela reportagem, uma vez que não foi obtido contato), nem o Vasco correm risco.

As punições do tipo não são claras - pode ir de devolução de valores até suspensão de contratações -, mas a possibilidade de punição é clara, sim. Pedro Henrique Zaithammer, do escritório Suttile e Vaciski Advogados Associados, ouvido pelo LANCE!, entende desta forma:

- É importante ressaltar que, de acordo com o regulamento da Fifa, artigo 18Ter, desde 2015 está proibido que terceiros tenham participação em direitos econômicos dos jogadores. Em 2019, tivemos uma alteração permitindo que atletas tenham participação em direitos econômicos, mas terceiros que não sejam clubes não podem ter - alertou.

Perto de ser vendido ao Atlético-MG por cerca de R$ 20 milhões, Marrony teve, em 2018, 10% de uma futura venda negociados por R$ 100 mil.

O contrato de "cessão de crédito" em questão mostra que os 10% adquiridos pela terceira parte custaram R$ 100 mil. A negociação atual do Vasco com o Atlético-MG deve ser fechada num valor aproximado de R$ 20 milhões. Mas por que o Cruz-Maltino negocia com o Volta Redonda então?

O LANCE! perguntou a Flávio Horta Júnior, vice-presidente do Voltaço: existe obrigação do Vasco em negociar o modo de repasse para o Volta Redonda?

- Não existe obrigação de o Vasco negociar o modo de repasse, mas repito que o Vasco tem sido muito correto. O que acontece é que as partes podem conciliar em valores e prazos para que a venda seja efetivada - explicou o dirigente. O L! também perguntou: O Volta Redonda precisa concordar com os valores totais da venda?

- Não. O Volta Redonda não tem interferência nenhuma no valor.

De fato, não consta, neste contrato de setembro de 2018, que o clube de São Januário deva prestar contas de negociação alguma. Nem assinatura vascaína há. O que há é a confirmação de que os valores proporcionais devem ser repassados no caso de uma transferência de Marrony para outra instituição. Mas é fato que os clubes da capital fluminense e da Cidade do Aço têm se falado.

Marrony tem 21 anos e renovou com o Vasco em fevereiro do ano passado. O vínculo atual vai até 2023. Ele foi um pedido do técnico Jorge Sampaoli e já tem as bases salariais acertadas com o Atlético-MG, onde vai receber aumento substancial. Apesar da demora para a finalização da negociação, tanto o clube mineiro quanto o carioca seguem bastante otimistas num final feliz para todos.

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