Com as atividades paralisadas pela pandemia do novo coronavírus, o Vasco fez, nesta sexta-feira, uma apresentação virtual do técnico Ramon Menezes através do canal oficial do clube. No vídeo ao vivo, o novo comandante vascaíno respondeu às perguntas de jornalistas, enviadas à assessoria, e de torcedores que participaram. Aos 47 anos, ele se disse focado e ressaltou o conhecimento que tem do elenco atual como trunfo.
- Encaro isso muito pela oportunidade. Vou trabalhar muito para sempre colocar no Vasco no melhor lugar possível. É um clube que tenho carinho, respeito, identificação. Sei da grandeza do clube e do torcedor. Sou mais um torcedor. Eles também me enxergam dessa maneira por tudo que tive a oportunidade de fazer como atleta. Estou feliz e louco para começar o mais rápido possível. Tenho um carinho enorme, sei da responsabilidade, mas estou com muita vontade, sangue nos olhos - disse.
- Cada um pensa futebol de uma maneira. As experiências que trago são positivas, o que vivi foi importante para chegar até aqui. Enxergo futebol como um jogo bonito, voltado para a organização ofensiva e defensiva, transições, bolas paradas. Acho importante ter função no campo. Isso tudo vou tentar fazer com que os jogadores entendam, já conhecendo a característica de cada um. Isso está a meu favor. É o nosso objetivo - completou.
Ramon foi anunciado no início desta semana. A decisão foi tomada em reunião de pouco mais de uma hora entre o presidente Alexandre Campello, o vice de futebol José Luis Moreira e o diretor executivo André Mazzuco. Ele chegou junto a Antônio Lopes, novo coordenador técnico, e Júnior Lopes, que assume como auxiliar. O treinador elogiou a dupla.
- Recebi com satisfação e orgulho a chegada do Lopes. Aprendi muito com ele, que fez parte de uma geração vitoriosa. Ele comandou perfeitamente, tem o DNA vascaíno. O Júnior Lopes buscou a qualificação e respira o Vasco há anos. Será importante. A formatação da comissão estamos conversando, vamos chegar no consenso, talvez trazer mais duas pessoas, um auxiliar e um preparador físico. O pessoal que já está no clube eu tenho ótimo relacionamento. Nosso ambiente de trabalho é fantástico, envolvendo também os jogadores. Eles trabalham muito, são guerreiros, tenho orgulho de vê-los trabalhar. Vai ser o conjunto do trabalho e a integração. Todos vão ser importantes - afirmou.
Multicampeão pelo Vasco como atleta no fim da década de 90, Ramon retornou a São Januário no fim de 2018 para ser auxiliar-técnico permanente. Com a saída de Abel, recebe sua primeira oportunidade como treinador no clube onde viveu os melhores momentos de sua carreira. Como treinador, ele passou por Joinville, com quatro vitórias, quatro empates e quatro derrotas em 2016; no Tombense, oito vitórias, sete empates e 11 vitórias nos 26 jogos disputados em 2018. Teve passagens breves também no Guarani (MG), Anápolis (GO) e Assev (GO).
- Vejo a capacidade passando pela oportunidade. Não vou ser o primeiro e nem o último a ter uma chance dessa. Muitos começaram como eu agora. Desde que me entendo como gente, respiro futebol. Aos 11 anos eu fui para o Cruzeiro, fiquei lá de 1983 e em 1990 virei profissional. Até 2012 era profissional. Me traz uma bagagem muito grande. Vivi grandes momentos, joguei com grandes jogadores, trabalhei com grandes treinadores. Quando parei de jogar, aí tem a experiência do atleta com a parte didática. Fiz todos os cursos da CBF, nos últimos cinco anos estudei, sou um cara que respiro futebol. O conhecimento que tenho do elenco também facilita. Me vejo hoje no melhor momento, de confiança, conhecimento dos atletas. Estou envolvido com tudo.
O elenco do Vasco é composto, em sua maioria, por jovens criados nas categorias de base do clube. Ramon ressaltou a importância de manter a cautela nesse trabalho de transição para não queimar os jogadores com a torcida.
- Agora vamos planejar. Temos no elenco 37 para 38 jogadores. Desses, 24 oriundos da base. O Vasco tem por característica sempre revelar jogadores. Temos que ter cuidado para não queimar etapas. Gosto da juventude, é importante, mas temos que ter preocupação com isso. Hoje tudo é muito precoce. O jogador com 16, 17 anos já está no profissional, mas temos que ver o lado humano. Se ele subir e voltar, pode se perder. Vários jogadores que fizeram história são das categorias de base e o torcedor também gosta muito disso - disse.