Com clima quente, votação do novo estatuto é adiada no Vasco; ata das eleições diretas é aprovada
Relatos de conselheiros dão conta de muitas discussões e até tapas durante a reunião; nova votação acontecerá na próxima terça-feira
A reunião do Conselho Deliberativo do Vasco nesta quarta-feira para a votação do novo estatuto do clube teve clima quente na Sede da Lagoa. Com relatos de discussões e até um tapa, os conselheiros não decidiram pela aprovação ou não do texto proposto e adiaram o debate para a próxima terça, dia 4. Entretanto, a ata que chancela as eleições diretas, aprovadas por unanimidade em dezembro, foi aprovada.
Para que a reunião tivesse início, eram necessários no mínimo 151 conselheiros. No total, 152 pessoas assinaram a ata e alguns conselheiros optaram por não fazê-lo. Pelo clima causado na reunião e por não chegarem a um acordo sobre as assinaturas, a sessão foi suspensa. Quem assinou a lista de presença já está automaticamente “presente”. Os que não assinaram, poderão assinar na próxima data.
Sobre as eleições diretas, esse novo formato está aprovado. Resta somente uma convocação de Faues Mussa, presidente da Assembléia Geral, para a confirmação dos sócios. O presidente Alexandre Campello ainda precisa enviar a lista de sócios aptos a votar a Faues Massa, algo que não foi feito.
Depois do adiamento da votação, foi discutida a sindicância que foi aberta para analisar os sócios que entraram no Vasco em agosto de 2019. Ela acusa Campello de obstruir a análise e apresenta ao Conselho Deliberativo denúncia contra o presidente. Roberto Monteiro, presidente do Conselho, convocou uma Comissão de Justiça formada por dez conselheiros para a próxima sexta-feira para analisar o caso. Campello, que tinha até esta quarta para apresentar a defesa e não o fez, terá mais dois dias para fazê-lo.
O estatuto
Antes da votação, os grupos "Ao Vasco Tudo", "Desenvolve Vasco", "VascoMed", "Confraria", "Guardiões da Colina", "PetroVasco", "Avante Gigante", "Cruzada Vascaína", "Sempre Vasco" e "Fuzarca" se manifestaram pelas redes sociais e apenas o último se mostrou favorável à mudança do estatuto. Alguns deles afirmaram entender que o clube precisa se modernizar, mas não concordavam com o proposto.
Os principais pontos do texto que foi à votação da reforma são o aumento de um para dois anos para novo associado do clube poder votar e o aumento de cinco para sete anos para novo associado do clube poder ser votado. Além disso, a redução do valor do título de sócio proprietário (atualmente R$ 2.500) para no máximo um salário mínimo.
Outro trecho do novo estatuto fala em punição com inelegibilidade por 10 anos caso um mandatário tenha contas reprovadas. Todas as mudanças teriam valor somente após as eleições de 2020, exceto pela votação direta para presidente. Vale destacar que o pleito continua com cédulas e não urnas eletrônicas.