Com Jorge Henrique, camisa 11 do Vasco volta a ter mística de outrora
Atacante fez o gol sobre o Botafogo, no primeiro jogo da final do Campeonato Carioca, e pode até mesmo virar herói de uma possível conquista cruz-maltina
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A relação entre a camisa 11 e o Vasco pode voltar à boa fase. Aposentada por Eurico Mirada em 2007, como forma de homenagear o milésimo gol de Romário, voltou a ser utilizada cerca de um ano depois, na gestão Roberto Dinamite, com Leandro Amaral. De lá para cá, foram muitos jogadores com o número às costas, mas nenhum com a oportunidade de cair nas graças da torcida como o atual. Jorge Henrique, autor do gol da vitória no primeiro jogo da final do Carioca, admite que balançar a rede não é uma de suas características mais marcantes, principalmente quando o assunto é na bola área.
Com 1,69m, o baixinho Jorge Henrique – uma característica que o fazem ser comparado a Romário – ressalta que, às vezes, aposta na teimosia e bate de frente com Jorginho.
– Fiz uns cinco (gols), contando já com o de domingo. Até porque o Jorginho não me deixa ir muito para a área no escanteio. Ele não acredita muito, não. Mas, aos pouquinhos, vou mudando. Não sou de fazer gols, até no treinamento não faço muito, mas procuro ajudar. Sempre que tenho a oportunidade, procuro estar na área – avisa.
Com o gol diante do Botafogo, Jorge Henrique tem a chance de, inclusive, se tornar herói do título, algo inédito para ele, apesar das muitas conquistas no currículo. Ele deixa a vaidade de lado e salienta que prefere ver o Vasco campeão:
– Não fui ainda, mas espero que esse segundo jogo não fique 0 a 0. Queremos vencer novamente.
Ao comentar o gol do último domingo, ele, inclusive, rechaça que tenha sido um lance de sorte e avisa que se adiantou de forma premeditada, após cruzamento de Nenê.
– Na hora do cruzamento, a bola subiu, mas logo começou a descer rapidamente. Percebi que ela ia cair na primeira trave e procurei antecipar. Isso vai muito do treinamento, de observar o companheiro. O entrosamento ajuda muito – disse.
Maracanã, camisa 11 marcando gol, título... A receita não é nova para os vascaínos, que podem vê-la se repetir neste ano.
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QUEM JÁ USOU A 11 DESDE 2008
Leandro Amaral
Logo que assumiu o clube, Dinamite voltou com a camisa 11. Em 2008, ela foi usada pelo centroavante.
Rodrigo Pimpão
Usou o número no ano seguinte, com o time no Campeonato Brasileiro da Série B.
Rafael Coelho
Ele havia sido destaque do Avaí em 2009. No ano seguinte, foi para o Vasco.
Jéfferson
Meia-atacante recebeu o número em 2011, sem grande destaque.
Tenório
O equatoriano foi o escolhido para os jogos na temporada 2012. O atacante também usou o número no ano seguinte.
Montoya
O colombiano foi quem usou a 11 em 2014, ano que o time mais uma vez jogou a Série B do Campeonato Brasileiro.
Revezamento
No ano passado, Eurico Miranda terminou com a numeração fixa e a camisa 11, durante o ano, chegou a ser usada por nomes Dagoberto, Rafael Silva e o próprio Jorge Henrique.
‘Procuro fazer o que muitos atacantes não fazem’
Apesar dos poucos gols com a camisa vascaína, Jorge Henrique se destaca por outras atribuições. Até agora foram três, sendo dois em clássicos: um contra o Flamengo, na Copa do Brasil, e outro diante do Botafogo, no último domingo. O próprio camisa 11 ressaltou algumas características que acredita serem necessárias no futebol atual e fazem com que ele se destaque no elenco:
– Ajudo bastante. Às vezes, não apareço tanto quanto o torcedor quer mas, dentro do grupo, sou importante. Procuro fazer o que muitos atacantes não fazem: marcar. Hoje, se não ajudar, não joga. Ajudo na marcação e consigo chegar ao ataque também. É uma grande vantagem.
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