Com superávit e redução de dívidas, Vasco apresenta balanço de 2018
Clube reduziu os gastos com salários de jogadores e teve a venda de Paulinho, por exemplo, por R$ 76,7 milhões
Faltando pouco mais de uma hora para o fim do prazo, o Vasco divulgou o balanço patrimonial de 2018. O clube teve o maior superávit da década, de R$ 64,93 milhões, e diminuiu a dívida total. Além da venda de jogadores, o Cruz-Maltino também reduziu o gasto com salários de jogadores, por exemplo.
No documento, o Vasco detalha que os valores foram resultado das vendas de jogadores. Paulinho foi o que mais rendeu. A venda do atacante para o Bayer Leverkusen, da Alemanha, foi de R$ 76,70 milhões, com R$ 56,6 pagos à vista. As negociação de Madson (R$ 2 milhões) ao Grêmio e Matheus Vital (R$ 5 milhões) ao Corinthians também contribuíram. O clube ainda destaca as receitas financeiras nas renegociações de acordos judiciais em atraso que foram fechados e formalizados.
Se o superávit foi o maior da década, o Vasco também conseguiu reduzir as dívidas no total de R$ 93 milhões. O valor arrecadado, portanto, foi utilizado para o pagamento do endividamento e não gerou lucro. Além disso, o clube obteve autorização na Justiça para utilização de R$ 36 milhões de depósitos judiciais para quitação de dívidas tributárias no Profut.
Em uma comparação feita pelo Cruz-Maltino com alguns dos principais clubes brasileiros, o Vasco foi o segundo com a maior redução de dívida do país, atrás só do São Paulo (reduziu R$ 123,4 milhões), ficando à frente de Flamengo e Palmeiras, que aumentaram suas dívidas, respectivamente, em R$ 54,7 milhões e R$ 101,4 milhões. No resultado líquido, o Vasco se mostrou com os melhores números entre os 12 clubes de maior torcida, com R$ 65 milhões.
As mudanças
Uma das estratégias do Vasco para a redução do endividamento foi reduzir os gastos com salários. Em 2017, foram R$ 80,39 milhões em todo ano. Em 2018, o número abaixou para R$ 65,72 milhões. Por outro lado, o gasto com direitos de imagem é maior, passando de R$ 9 milhões para R$ 14,06 milhões. No total, as despesas caíram de R$ 122,895 milhões para R$ 120,769 milhões.
Como principais objetivos para os próximos anos, o clube ressalta que as principais formas de reverter o quadro dedívidas é com a venda de atletas, renegociação com os credores e o aumento das receitas com sócios, bilheteria, patrocínios e licenciamentos. Porém, precisa focar em ações como a reformulação da base, auditoria externa de primeira linha, mudanças no sócio e implantação de Portal de Transparência. Além disso, afirma a necessidade de buscar recursos para reforma e ampliação de São Januário, CT próprio e reforma das sedes da Lagoa e Calabouço.
Ressalvas da auditoria
Em relatório anexado ao balanço, a auditoria independente BDO diz que as contas do Vasco "apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira do Club Vasco da Gama".
Outras despesas
Em uma página detalhando "outros custos e despesas", o Vasco apresenta R$ 56,968 milhões de gastos em 2018. R$ 18,195 são só de "assessoria e consultoria. O clube explica abaixo:
"Contempla comissões devidas na venda dos jogadores no total R$ 9.131, sendo: “Paulinho” de R$ 7.670, “Douglas” R$ 711 e “Matheus Vital” de R$ 750 em 2018, do atleta Douglas Luiz de R$ 11.412 em 2017. Adicionalmente em 2018 repasse ao jogador “Matheus Vital” de R$ 710. Despesas com consultoria jurídica no valor de R$ 2.298 e Auditoria (BDO), Consultoria contábil (Grant Thornton) e financeira (KPMG) de R$ 1.596."
Empréstimos
O balanço apresenta ainda um total de R$ 74,04 milhões adquiridos pelo Vasco em empréstimos com diversas empresas diferentes. O montante diminuiu com relação a 2017, que gerou R$ 107,172 aos cofres.