Coragem premiada e sucesso na estratégia: o Vasco pode, sim, sonhar
Vanderlei Luxemburgo manteve o time mais ofensivo, que já havia superado o Botafogo, e o Vasco fez por onde para obter a vitória histórica e necessária sobre o Internacional
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Nada mais que o óbvio observar que o técnico é quem conhece melhor o elenco que comanda. Mas quando Vanderlei Luxemburgo relacionou seis volantes para o jogo contra o Internacional, neste domingo, parecia que três começariam a partida, fazendo reserva o meia Felipe Ferreira, titular na vitória sobre o Botafogo. Mas o treinador optou por repetir a escalação, ignorando o histórico negativo do Vasco no Beira-Rio. Foi corajoso como a ocasião pedia. Era um jogo-chave para o time continuar sonhando.
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O Cruz-Maltino entrou em campo sabendo que, pela pontuação que tinham ele e o rival, a distância para o G6 poderia cair para cinco ou disparar para 11 pontos. Então, por mais que o Z4 ainda não possa ser descartado, a possibilidade de brigar efetivamente para chegar no G6 passava por um triunfo sobre o Colorado. Então Marcos Junior entrou só no segundo tempo.
A fase do 4-3-3, com um volante (Richard) mais recuado e dois mais avançados já ficou para trás. A confirmação foi a vitória no clássico mais recente. Quem quer jogar na parte de cima tem que jogar para cima. Repetiu-se o 4-2-3-1. Na prática, dois volantes (Richard e Bruno Gomes) alinhados e Felipe Ferreira com a missão de pensar o jogo mais à frente - e marcando mais consistentemente os zagueiros adversários junto a Ribamar.
Mais do que isso, é o recado passado: é possível. Se o Vasco travou a possibilidade de trocas de passes do Inter e foi efetivo como foi possível, mostrou que pode incomodar quem briga na parte de cima da tabela há mais tempo. Treinador e jogadores acreditaram que é possível. Era possível quebrar um tabu de 12 anos.
- Tem que acreditar que você pode ganhar. Vem jogar aqui (no Beira-Rio) e o medo de perder tira a vontade de ganhar. Se vier com medo... tem que acreditar - bradou o treinador, logo depois da partida.
E como quem previu o roteiro da partida, mudou os jogadores e as características do time já a partir do intervalo. Com Guarín no meio, mais força física e qualidade técnica; Marrony, mais leve, passou a ser o centroavante e Felipe Ferreira passou a ocupar, mesmo que com pouco brilho, a faixa esquerda do ataque. A primeira chance foi fatal. E coube ao goleiro Fernando Miguel defender os problemas que chegassem até ele.
- O Fernando Miguel é um goleiro de nível e eu sabia que ia acontecer de ter muitas bolas para os jogadores altos do Inter. Ele foi treinado para isso. Sabíamos que o Inter tinha jogadores altos e que cabeceiam bem. Não diria herói, mas a bola que for para lá, ele tem que defender - avaliou o treinador.
O Vasco ainda não chegou no G6. Mas faz, cada vez mais, por onde. E a zona de rebaixamento está cada vez mais distante.
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