Desorganização defensiva e posse improdutiva marcam derrota do Vasco no clássico com o Botafogo
Cruz-Maltino toma gol no início e não demonstra poder de reação contra o rival. Equipe apresenta lentidão nas transições, constantes erros defensivos, e falta de consistência
O Vasco chegou ao Estádio Nilton Santos tendo a obrigação de vencer para encostar no G4 da Série B. O adversário era o Botafogo, que tenta se recuperar na tabela, no primeiro duelo entre os rivais na segunda divisão do futebol brasileiro. No entanto, o time não teve uma boa atuação coletiva e sucumbiu diante do adversário, que o ultrapassou na classificação.
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Sem Zeca, suspenso, MT atuou na lateral-esquerda. Além dele, Lisca optou por duas mudanças, que não surtiram efeito dentro de campo. Ele promoveu os retornos de Andrey e Morato nos lugares de Galarza e Gabriel Pec. A estratégia inicial era propor o jogo posicional, citado por Lisca na coletiva de imprensa, mas algo prejudicou os planos da equipe: tomar um gol logo no primeiro minuto de jogo.
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O problema é que o gol saiu justamente de um erro coletivo da defesa do Vasco, que teve início lá na frente com Morato falhando na marcação. Com isso, Guilherme Santos e Diego Gonçalves tabelaram nas costas de Léo Matos. Ernando saiu para fechar o cruzamento, mas a bola chegou na pequena área para Chay que finalizou duas vezes e marcou no rebote.
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A defesa de um time que briga pelo acesso não pode deixar um jogador receber livre na pequena área e ter liberdade de finalizar. Após o gol, o time tentou manter a posse de bola (61% contra 39% no jogo), mas faltava intensidade ofensiva e velocidade nas transições. O Botafogo recuou as linhas, mas o Cruz-Maltino não assustava a meta de Diego Loureiro.
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De acordo com os números do portal "Footstats", o Gigante da Colina não chutou uma bola em direção ao gol adversário no primeiro tempo. Apenas um lance em que Cano pegou de primeira, mas a bola foi para fora e não assustou o arqueiro do Glorioso. Nos desarmes, foram apenas três nos primeiros quarenta e cinco minutos, o que mostra o fraco desempenho coletivo do time, que não esboçou qualquer reação (no total 8 contra 23 do Botafogo).
Na volta do intervalo, Lisca preferiu manter o mesmo time e só fez duas substituições aos 26. O treinador demorou para tentar dar um ânimo com peças novas. Depois das entradas de Juninho e Figueiredo, o time até tentou, porém só conseguiu criar na base de jogadas individuais. A consistência ofensiva foi nula, já que a equipe teve a bola, mas não sabia o que fazer com ela.
Na melhor chance do Vasco no jogo, Castan tentou uma bola longa e Cano deixou Sarrafiore em condições de finalizar. O argentino, que entrou com Gabriel Pec e Daniel Amorim no segundo tempo, perdeu a chance de empatar. No fim, após a falta de Pec parar na barreira, o Botafogo apostou no contra-ataque e encontrou a defesa vascaína exposta para sacramentar a vitória.
Contra o Guarani, o Vasco foi mais vertical e forçou o erro do adversário, sendo letal. Diante do Glorioso, a equipe não conseguiu render ao tentar ter a posse de bola e o jogo posicional não funcionou. O futebol reativo foi o que deu mais resultado na campanha até o momento desde Marcelo Cabo. Com isso, Lisca precisará definir bem o estilo de jogo e enxergar o que rende mais com os atletas que tem no elenco.