Diretor do Vasco explica dispensa de Galhardo e cita procura de clubes
Jogador foi afastado após o jogo contra o Bangu; Alexandre Faria negou vazamento de informações, mas não abriu o motivo real da dispensa
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"Crise? Não tem crise", disse o diretor de futebol do Vasco, Alexandre Faria, sobre o momento conturbado do clube nesta segunda-feira, no CT do Almirante. O dirigente negou que Thiago Galhardo tenha sido afastado por vazamento de informações ou conduta pessoal do atleta, mas preferiu não tornar público o motivo real da dispensa. O jogador, agora, ainda conversa para definir o futuro, mas já foi procurado por outros times.
- Diferentemente do que foi dito, não tem nada a ver com o Thiago vazando informação. É opção do clube em relação patrão-empregado. Ocorreram algumas coisas que não nos agradaram. Coisas da relação patrão-empregado. Conversamos com o Thiago e com representante dele e vamos tratar internamente, como deve ser. Tudo aqui sempre foi tratado internamente e vai continuar sendo. Thiago é grande profissional, não tivemos nunca nenhum problema, sempre cumpriu os horários. Mas é uma relação que se encerra aqui. Vários clubes já me ligaram, vários clubes já me ligaram, e a gente torce para que ele seja feliz em outro clube. Repito: um assunto que vai ser mantido internamente como deve ser as coisas do dia a dia - disse.
- Thiago é um jogador que tem vários clubes interessados. Estamos vendo o que é melhor para o atleta. Daqui a pouco ele vai estar vestindo a camisa de um outro clube. Não sei por que essa necessidade de explicar. É coisa interna. Coisas desagradaram direção e comissão técnica. Não tem que ficar explicando. Entendo a ansiedade das pessoas de saberem o que acontece aqui dentro, mas se formos explicar toda especulação - completou.
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No último domingo, após a vitória por 2 a 1 sobre o Bangu, pela semifinal do Campeonato Carioca, quase todo elenco fez um pronunciamento na sala de coletiva do Maracanã. Castan, que falou pelo clube, reclamou de "informações vazando". O diretor explicou a reunião da última sexta-feira, em que os jogadores resolveram não treinar.
- Na sexta-feira, tivemos uma reunião, como é corriqueiro na relação da direção com o grupo, pra tratar de vários assuntos não só salários. Não só quatro atletas falaram, o grupo tem líderes, mas vários tiveram a palavra desta vez. No sábado, o presidente bateu um papo com os atletas, passou posicionamento do clube. Ninguém foi enganado sobre a situação financeira do clube. Cria-se crise em um time que chegou na terceira final no ano. Tudo isso pelo trabalho que vem sendo feito pela comissão técnica e dos jogadores. Vamos continuar lutando para que os compromissos sejam honrados e serão honrados como sempre foram - comentou.
Alexandre Faria negou ainda que o atacante Maxi López esteja fora das partidas por algum problema interno. O diretor garantiu que o jogador foi preservado contra o Bangu por decisão da comissão técnica e departamento médico por conta da reta final da recuperação de uma lombalgia.
- Se ele vai para o jogo nós vamos saber no treinamento. Ontem já treinou com menos problemas. O Maxi vem fazendo trabalho em dois períodos para se recuperar, já perdeu cinco, seis quilos e sabe que isso ajuda no processo da lombalgia. Está trabalhando muito, muito. Não quero falar dos problemas pessoais que, graças a Deus, está conseguindo superar. É atleta fundamental para o nosso trabalho. Tem demonstrado comprometimento muito grande. Colocou muitas coisas na reunião e tenho certeza que vai nos ajudar muito. Em relação à utilização dele ou não, nós temos protocolo. Semana passada, Maxi participou de um pedacinho do treinamento de quinta-feira, participou do treinamento de sexta com dor e o jogo era domingo, decisivo. A comissão técnica, junto com a preparação física e a coordenação científica, entendeu que ele ainda não tinha cumprido todos os protocolos para voltar em alto nível. E entendeu que era melhor preservar o atleta, não colocá-lo na fogueira. Ele vai voltar quando estiver bem, está trabalhando para isso e eu só tenho que fazer elogios à conduta que vem tendo que vai estar bem - garantiu Alexandre Faria, rejeitando também possíveis problemas disciplinares com o argentino.
- Não. Pelo contrário. O Maxi é um cara superagregador, o grupo gosta muito. Só questão clínica. Quando estiver bem, liberado, com certeza vai voltar a estar à disposição do treinador - decretou.
Maxi Lopez participa da atividade com o grupo #lanceVAS pic.twitter.com/k4tJZYPlFS
— Luiza Sá (@luizasabg) 8 de abril de 2019
O Vasco se prepara para o jogo decisivo contra o Avaí, pela Copa do Brasil. Fora de casa, o Cruz-Maltino defende a vantagem de 3 a 2 conquistada na ida, em São Januário. No domingo, o time de Alberto Valentim fará o primeiro jogo contra o Flamengo, pela final do Campeonato Carioca.
- Não tem crise. Internamente não tem crise. Não dá para fazer tempestade nesse assunto específico do Thiago Galhardo. Relação simples de profissional patrão-empregado que se deteriorou, entendemos que é melhor seguir o caminho. Grande jogador que vai seguir o caminho - finalizou Alexandre Faria.
Veja outras respostas de Alexandre Faria:
Motivos do afastamento
- Se o clube quiser rescindir contrato de um atleta ele pode fazer não pode? Precisa dizer o motivo da rescisão? Não precisa dizer. Coisas que dizem respeito ao clube a ao atleta. O clube respeita o atleta e não quer externar o motivo pelo qual o atleta foi desligado. O clube externou isso para o atleta. Já aconteceu de outros atletas serem desligados e não teve essa repercussão. Aconteceu no caso do Thiago porque é um atleta que até outro dia era titular. Não era mais titular, isso incomodou ele em alguma coisa e vamos seguir naturalmente. A vida segue, temos um grupo totalmente fechado que está trabalhando muito. Foco no Avaí, temos decisão na quarta-feira.
Reforço para o lugar de Galhardo
Claro que não porque já estamos para trabalhando para repor. E digo mais: essa reposição pode ser do mercado ou internamente também. Estamos trabalhando com muito critério. Tudo que é feito aqui é em prol do Vasco. Uma necessidade de tirar um atleta do elenco não é uma decisão fácil. Ninguém é irresponsável. Entendemos que, nesse momento, era o melhor para o Vasco. Temos peças de reposição. No último domingo mesmo o Lucas atuou pelo meio, numa posição que vocês não estão acostumados, rodando com o Yan. Temos o Pikachu, temos o Dudu. Temos jogadores de qualidade para fazer essa função. Jamais vamos fazer de forma irresponsável. Pelo contrário, pensamos no Vasco, como tudo feito aqui dentro.
Jogadores souberam da dispensa
Jogadores foram, sim, comunicados, antes da entrevista coletiva. Obviamente não cabe muito a posição deles nesse caso, é decisão institucional e pronto. A relação dos jogadores com o Valentim, na minha avaliação, é muito boa. Tanto é que o clube está totalmente comprometido com o trabalho. Claro que um jogador ou outro pode ter um nível de insatisfação por não estar jogando como gostaria. Mas é importante dizer que ano passado não tínhamos esse problema. Tínhamos um elenco com bastantes dificuldades e desequilibrado. Hoje temos que fazer essa gestão, os atletas têm que entender que dentro de campo é que eles vão se escalar. E o Alberto tem falado isso a cada entrevista que ele dá. E essa é a posição também da presidência.
Previsão de pagamento
A diretoria vai administrar trabalhando cada vez mais pra conseguir recursos para pagar. Questões internas. Quando há pagamentos também não falamos. Assunto que é para ser tratado da diretoria com funcionários. A gente vem fazendo isso sistematicamente. Sexta e sábado houve reuniões, mas coisas que fazemos com frequência. Vamos saldar em breve.
Galhardo afastado pelo protesto
Nada a ver que protesto não será aceito. O que houve foi uma conversa na qual foi explicado para os atletas tudo que está sendo feito de esforço para levantar recursos. Foi demonstrado aos atletas que ninguém está parado e não fazendo nada. Ou seja: protesto ou pressão não ia acelerar nada. Ninguém pode trabalhar mais do que já está trabalhando. O Vasco é um clube de 120 anos, que tem problemas antigos que acarretam. Isso é normal no futebol brasileiro. Não deveria ser, mas é corriqueiro no futebol brasileiro. Protesto, reivindicação todo mundo tem direito de fazer. A conversa com os atletas foi em alto nível. Eles se posicionaram, explicaram problemas, a gente entende, nós explicamos o que está sendo feito, as perspectivas, o presidente apresentou o plano financeiro. Explicamos com detalhes. A partir dessa explicação acho que eles entenderam que era melhor para eles, pela responsabilidade do jogo, seguir a programação normal que era concentrar, enfrentar o Bangu para chegar a final. Coisa corriqueira. Sempre que algum funcionário tem algum problema chega para a gente, conversa. Aqui não existe ditadura, aqui tem comando. Comando tem. Quando uma coisa sai da linha a gente toma atitude. Não temos problema em relação a isso.
Abala o time?
Estou aqui para pôr um ponto final nisso. Não tem que abalar. O problema acontece... o problema não... a onda aconteceu no sábado e os caras jogaram ontem muito bem. Num sol escaldante, contra um adversário difícil e ganharam o jogo. Vamos jogar quarta-feira, outra decisão com o Avaí, eles sabendo que é fase decisiva da Copa do Brasil para a gente ir para a quarta fase. Não tem nada que abalar. O nosso capitão, o Castan, fala que a grande força desse nosso trabalho é o grupo. E é mesmo. Os caras se posicionam, têm personalidade e estão trabalhando pelo Vasco. Foi feita uma tempestade num copo d'água, na minha avaliação porque a forma como a coisa foi para a imprensa não foi positiva. Até porque eu acho que não tinha que ter ido para a imprensa. Uma conversa de atleta com direção não tem que ir. Conversa de atleta com direção acontece todo dia. O que tem que ir para fora, que o torcedor quer saber é quem vai jogar, se está liberado, se está voltando do DM. Essas coisas assim só atrapalhar. Não tem outra coisa mais importante, agora, do que passar pelo Avaí.
Como Galhardo foi comunicado
O que acontece no vestiário fica no vestiário. Não faz sentido dizer quem conversou, quem não conversou. Não faz sentido. São coisas internas que vamos tratar internamente. O que aconteceu ontem foi uma entrevista coletiva e, hoje, está todo mundo treinando pensando no Avaí.
Relação ruim?
Da minha parte não. Nunca teve. Ele morou na terra da minha mãe. Eu trato as coisas de forma muito profissional. Tudo que a gente faz é em prol do Vasco. Vejo uma coisa que não está legal eu tenho que agir. Às vezes, uma ou outra atitude em prol do Vasco pode desagradar a individualidade.
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