Eurico Miranda questiona agilidade na decisão; Recurso será feito
Presidente do Vasco convocou a imprensa na noite desta quinta, horas após decisão judicial que dá em liminar vitória a chapa de Julio Brant na eleição do Cruz-Maltino
Horas depois da decisão da juíza Maria Cecília Pinto Gonçalves, da 52ª Vara Cívil do Estado do Rio de Janeiro, determinando a sequência do processo eleitoral do Vasco sem a consideração dos votos da urna 7 - o que faz a chapa de Julio Brant (Sempre Vasco Livre) ser a vencedora, com a chapa de Eurico Miranda (Reconstruindo o Vasco) ficando em segundo lugar -, o atual mandatário convocou coletiva na noite desta quinta-feira para se defender. Um dos pontos mais destacados foi o de estranhar a agilidade da decisão. Segundo Eurico, mais de dois mil documentos foram entregues na noite de terça-feira, o que não daria tempo para uma análise para decisão já nesta quinta. Ele também garantiu que irá recorrer.
- Quero ressaltar uns pontos que me causaram estranheza em todo este caso. Uma ação que é levada a uma outra ação... As alegações que são feitas na terça-feira, com um feriado no meio, na quinta-feira já são levadas em consideração. Deixo claro que vamos recorrer da decisão. Não tenho dúvida que essa decisão vai ser modificada, diante de tudo que foi feito. Cumprimos tudo que foi determinado - afirmou Eurico Miranda, que tem o atual mandato terminando no dia 16 de janeiro de 2018.
Eurico Miranda também defendeu Nilson Gonçalves, diretor da base do Vasco, citado por sócios como responsável de aliciamento em depoimentos registrados na 17ª DP. O atual mandatário afirmou não ver irregularidades neste processo citado por estes associados da urna 7.
– Por que tenho que conversar com Nilson, com José...? Se foi aliciado por A, B, C, o que isso implica? Ninguém recebeu um centavo. Se teve aliciamento, eu vou logo dizendo. Se o Nilson fez, não vejo nada de irregular. Se for fazer campanha para alguém, você procura e não vai ser aliciador – exaltou o mandatário ao ser questionado.
Eurico Miranda afirmou que cumprirá se necessário a parte da decisão judicial que manda lavrar nova ata da eleição, sem os efeitos dos votos da urna 7. Ele esteve durante toda a coletiva na mesa ao lado do diretor jurídico do Vasco, Leonardo Rodrigues. O advogado destacou que questionará os vazamentos da decisão para a imprensa de um processo em segredo de justiça.
– Mais uma vez lamentamos saber de uma decisão judicial pela imprensa. Formulamos um pedido de instauração de inquérito para ser analisado esse vazamento – disse o diretor jurídico.
Vale lembrar que 691 sócios do Vasco foram separados por decisão judicial em ação impetrada pelo então candidato Fernando Horta pela chapa Mudança com Segurança por conta de possíveis irregularidades em suas associações. Ao todo, 475 sócios compareceram e votaram na urna 7, já na época sub judice. Considerando-a na apuração do resultado, quando a diferença do primeiro para o segundo da urna girou os 90%, Eurico Miranda foi o vencedor do pleito com 2111 votos, enquanto Julio Brant teria 1975 votos. Sem a urna 7, Julio Brant assume a primeira colocação com 1935 votos, e o atual mandatário cruz-maltino fica com 1683 votos.