Com apoio de Romário, Leven Siano vê erro do STJ e ‘manobra política’ em ação em torno do pleito do Vasco
Primeiro colocado da eleição do último sábado diz que comunicação 'não tem efeito': 'Estão querendo enfiar goela abaixo do Vasco uma interferência política externa'
Luiz Roberto Leven Siano não mediu palavras ao falar sobre o imbróglio em torno da eleição ocorrida no Vasco no sábado passado. Com o apoio do ex-atacante e atual senador da República Romário e tendo a seu lado o executivo Nilton Maia, o candidato da chapa "Somamos" disse, em entrevista coletiva realizada na Barra da Tijuca, que a liminar que impede a legitimação de sua vitória no pleito do Cruz-Maltino traz um erro jurídico.
Nesta terça-feira, Leven Siano recorrerá da ação.
- O Vasco recebeu essa comunicação da ordem através do e-mail do advogado do Mussa (presidente da Assembleia Geral), que é sobrinho do Luis Felipe Salomão, ministro do STJ, não veio do oficial de Justiça. A intimação só pode ser feita por advogados se for por Correios. Não está previsto na nossa lei essa situação. Logo, essa comunicação não tem efeito algum, portanto não poderia suspender a eleição. O STJ não teria jurisdição sobre matéria. O STJ só pode ter jurisdição em única ou última instância dos tribunais federais ou dos estados - disse.
Em seguida, Leven Siano fez acusações ásperas sobre a liminar do STJ, que chegou a São Januário na noite do último sábado.
- Esta interferência do STJ foi política! Pois não tem fundamento jurídico. Isto aconteceu em virtude do advogado do senhor Mussa e da Sempre Vasco ser sobrinho de um juiz do STJ. Estão querendo enfiar goela abaixo do Vasco uma intervenção judicial externa política, sem respaldo na lei e na Constituição Federal - garantiu.
O advogado também falou que está à disposição do atual presidente, Alexandre Campello, para começar rapidamente o processo de transição. Porém, antes, deixou um pedido de desculpas pela discussão que teve com o mandatário cruz-maltino.
- Mandei uma mensagem pela manhã para o atual presidente do Vasco, Alexandre Campello, me desculpando a ele privadamente pela exaltação que tive no ginásio, tive uma discussão com ele acalorada no ginásio - e ressaltou:
- Não quero esperar a posse no dia 19 de janeiro para começar a ajudar o Vasco. Quero começar a ajudar o Vasco a partir de amanhã, então esse foi o sentido da minha mensagem ao Alexandre Campello dizendo a ele que tenho os recursos e vários reforços alinhavados. Por uma questão dessas negociações estarem em andamento eu estou omitindo o nome dos fundos e das pessoas que assinam - complementou.
O senador Romário afirmou que estava na entrevista para reforçar o apoio a Leven.
- Na concepção de 3.447 sócios, o Leven foi eleito pela maioria. Se a média é esse número que aparece para votar, eu não vejo como não legitimar. Acredito que estes números extracampo venham prejudicando o Vasco. A gente vê que o Vasco não vem montando uma equipe competitiva. Hoje quem vê a política do Vasco não entusiasma nem um pouco. Se a parte política não se resolve, o que eu vou fazer? - e garantiu:
- Minha presença é para dizer que é mais para legitimar a vitória do Leven Siano. Quero afirmar que não foi ilegal, que não foi sacanagem. Foi dentro das regras e a eleição foi vencida pelo Leven Siano - completou.
O impasse sobre a eleição do Vasco teve início da noite da última sexta-feira. A eleição, inicialmente marcada para o dia 7 de novembro, foi transferida para o dia 14, sob o argumento de que iria ocorrer de forma online. Entretanto, uma liminar do desembargador Camilo Ribeiro Ruliére permitiu a volta à data marcada originalmente por Faues Mussa.
Às 20h45 de sábado, uma liminar exigia a paralisação da eleição. Após muito impasse, cenas de vandalismo do lado de fora de São Januário e até um apagão, a apuração transcorreu e Leven Siano foi o primeiro colocado.