Planejamento, racha e reação tardia: as dez razões para a queda do Vasco
LANCE! detalha campanha ao longo do Campeonato Brasileiro e lista os motivos para o rebaixamento do Vasco que vão da diretoria até o péssimo primeiro turno
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A reação a partir da 24ª rodada não foi suficiente e o Vasco acabou rebaixado novamente para a Série B do Campeonato Brasileiro com uma rodada de antecedência. Ao longo das 37 rodadas, não faltaram motivos para que a equipe tivesse esse fim melancólico. Os erros começam no mau planejamento e no racha no departamento de futebol, passam pela péssima campanha até a 23ª rodada e terminam na reação tardia com o técnico Jorginho.
Por isso, o LANCE! listou os dez motivos que podem explicar facilmente o terceiro rebaixamento do Cruz-Maltino para a segunda divisão em oito anos.
PLANEJAMENTO
Quando um time contrata 32 jogadores em uma só temporada é sinal de que as coisas não andam bem. Foi esse o número de reforços do Vasco em 2015. Muitos deles já até deixaram o clube, como Marcinho, Gilberto e Dagoberto, entre outros. Alguns sequer estrearam: é o caso do zagueiro João Carlos, do lateral-esquerdo Bruno Telles e do meia Jeferson. Não há dúvida de que uma rápida recapitulada na temporada será sinônimo de má gestão no futebol.
RACHA NO COMANDO DO FUTEBOL
Desde o início da temporada o gerente de futebol Paulo Angioni não tem boa relação com o filho do presidente Eurico Miranda, o Euriquinho. Os dois não se falam e há um forte duelo de egos, tanto que Euriquinho teve que sair de cena desde o fim do primeiro turno. Angioni é o homem de confiança do vice de futebol, José Luis Moreira, aliado político e financeiro de Eurico. Considerado intocável, apesar de muitos terem tentado tirá-lo do cargo.
DÍVIDAS E DIFICULDADE FINANCEIRA
Não é de hoje que o Vasco vive um enorme problema financeiro. Com dívidas e confissões milionárias, a diretoria teve que trabalhar com orçamento curto durante quase todo o ano e só abriu o cofre quando o time já fazia péssima campanha no Brasileiro. O maior salário do elenco é de Nenê, que recebe quase 300 mil. Os demais não chegam a 200 e a maioria recebe menos de 100.
CELSO ROTH
O Vasco teve três técnicos no Brasileirão: Doriva (8 jogos), Celso Roth (11 jogos) e Jorginho (17 jogos). Quando há muita mudança já é sinônimo de que as coisas não vão bem. Mas, nesse caso, o principal erro considerado por todos em São Januário foi a contratação e a manutenção de Celso Roth. O treinador não era querido pelo elenco e considerado ultrapassado por muita gente da diretoria, mas Zé Luis e Angioni não queriam que ele saísse e Eurico bancou até quando pôde. Depois de uma derrota em casa para o Coritiba, foi demtido.
PÉSSIMO PRIMEIRO TURNO
O Vasco conquistou apenas 13 pontos no primeiro turno, uma campanha que só não foi pior do que o América-RN, em 2007, e o Náutico, em 2013. A equipe não conseguia fazer gols, era facilmente goleada e deixou difícil qualquer reação no segundo turno. Em 19 jogos, o Cruz-Maltino venceu apenas três, empatou quatro e perdeu 13.
BOBEIRAS NO FIM DOS JOGOS
Ao longo do Brasileirão, o Vasco sofreu diversos gols nos últimos dez minutos de jogo. Só na arrancada que deu a partir da 23ª rodada, levou gols de empate a partir dos 35 minutos do segundo tempo contra Avaí, Chapecoense, São Paulo e Corinthians. Antes disso, sofreu o gol "da derrota" contra Sport, no primeiro turno, Coritiba e Figueirense. Ou seja, foram 11 pontos perdidos nos dez minutos finais.
ARBITRAGEM
Queiram ou não, é bem verdade que o Vasco teve erros cruciais de arbitragem no Brasileirão, principalmente no segundo turno. Nos empates contra Cruzeiro, Avaí e Chapecoense os árbitros deixaram de marcar pênalti após bola na mão da defesa dentro da área. Diante da Chapecoense, o árbitro Ricardo Marques Ribeiro assinalou uma penalidade inexistente de Rodrigo. De fato, todos os times são prejudicados e beneficiados, mas no caso do Vasco os erros prevaleceram.
TIME ENVELHECIDO
No atual time titular, o Vasco tem seis jogadores acima de 30 anos (Martin Silva, Rodrigo, Julio Cesar, Diguinho, Andrezinho e Nenê) e dois que beiram a faixa (Serginho e Riascos, com 29). É bem verdade que as lesões não foram tão comuns ao longo da temporada, mas o fato de ter um time mais envelhecido pesou contra times mais leves e até na parte final dos jogos.
INSTABILIDADE EMOCIONAL
O Vasco já teve 13 expulsões em 36 rodadas do Campeonato Brasileiro. É disparado o time que mais perdeu jogadores com cartões vermelhos, algo que prejudica não só durante a partida como na rodada seguinte, por conta da suspensão. Na quinta, por exemplo, Rodrigo foi expulso contra o Corinthians e não enfrentou o Joinville no domingo.
DESEMPENHO RUIM EM CONFRONTOS DIRETOS
Também pesou para o rebaixamento do Vasco a campanha ruim contra os adversários diretos na parte de baixo da tabela, algo crucial para se manter ou não na Série A. O Cruz-Maltino somou um ponto contra o Figueirense, quatro contra o Avaí, um contra o Coritiba, um contra o Goiás e quatro contra o Joinville. Assim não há quem consiga sobreviver.
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