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Pressão x transparência: situação e oposição do Vasco divergem sobre explicações para empréstimo

Julio Brant cobra esclarecimentos sobre os R$ 70 milhões contratados junto à 777 Partners. Jorge Salgado chama de 'picuinha' o que considera pressa diante de relatório para breve

Jorge Salgado e Julio Brant
Jorge Salgado e Julio Brant são dois personagens importantes da atual política do Vasco (Montagem LANCE!)

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A 777 Partners, empresa que tem encaminhada a compra do futebol do Vasco, emprestou ao clube R$ 70 milhões. O montante foi utilizado, prioritariamente, para o pagamento de dívidas emergenciais e salários atrasados. Mas como exatamente? Essa dúvida aliada ao não fortalecimento efetivo do elenco é alvo de divergência nos bastidores do clube. A oposição quer esclarecimentos, mas a situação minimiza a pressa pelas respostas.

- Queremos entender o seguinte: qual a destinação que a diretoria está planejando para esses recursos? Primeiro: pediu para quê? A razão do pedido está sendo cumprida? Nós não estamos vendo isso. Reforço no futebol não chegou da maneira como nós esperávamos. Nós, todos os vascaínos. Não é o conselheiro do clube, quem fala aqui é o torcedor. Nós esperávamos uma equipe mais reforçada com a entrada desses recursos, e não vimos isso. Então, se não foi para isso foi para quê? Afinal, qual é a destinação que será dada a esses recursos se não para levar o Vasco de volta à primeira divisão do futebol brasileiro? - indagou Julio Brant, representante da Sempre Vasco, chapa de oposição no Conselho Deliberativo, na última quarta-feira, antes da homenagem a Roberto Dinamite. E prosseguiu:

- Porque não tem recuperação para o Vasco se não for levar o time para a primeira divisão. Por mais que entre SAF, que tenha 777 ou qualquer coisa desse tipo, ficar na segunda divisão é o pior que pode acontecer com o clube. Seja do ponto de vista financeiro, de negócio, seja do ponto de vista da paixão do torcedor. Então, qualquer esforço adicional de recursos que entre no clube tem que ser obrigatoriamente direcionada ao reforço da equipe. E nós não estamos vendo isso - explicou, justificando a necessidade de fortalecer a equipe além de quitar os débitos.

-> Confira a tabela da Série B do Campeonato Brasileiro

Contudo, após a solenidade, o presidente do clube, Jorge Salgado, também se manifestou. E o mandatário foi na direção contrária: garante transparência, mas rejeita o que entende como uma pressão desnecessária. 

- Para mim isso é um factóide, porque tudo que a gente paga com os R$ 70 milhões vai estar no balanço do Vasco. Então, não vejo nenhum motivo para a gente prestar contas antes de o balanço receber essas informações. Tudo que a gente faz no Vasco é de uma maneira muito transparente. Eu sou oriundo do mercado de capitais, sou auditado por seis empresas e estou trazendo tudo isso para o Vasco. Tenho hoje uma empresa de auditoria que é top-5 no mundo - exaltou Salgado, antes de emendar:

- Vamos publicar um balanço, semana que vem, com mais de 70 notas explicativas. Então isso é um factóide, para aparecer. Isso não acrescenta nada. Uma vez eu escutei que o Vasco perde para ele mesmo. As pessoas, em vez de estarem preocupadas em enaltecer uma série de eventos que estamos passando, fazem essas picuinhas. Eu passei algum tempo afastado da política do Vasco, mas nem por isso fiquei com essas picuinhas. Temos que ter um olhar mais grandioso. Isso é um olhar muito pequeno, pedir prestação de contas de empréstimo. Recebemos (os R$ 70 milhões) e estamos pagando tudo que temos que pagar. Conseguimos manter os salários em dia pela primeira vez nos últimos 20 anos. Vocês noticiavam rotineiramente que o Vasco estava devendo tantos meses de salários. Acabou isso com um ano de administração - celebrou o mandatário.

Brant, porém, já havia rejeitado as acusações de que as cobranças seriam atos políticos. O líder da Sempre Vasco lembrou cobranças semelhantes a outros presidentes.

- Temos que desmistificar isso como movimento meramente político. Fizemos exatamente isso em 2015, quando o Eurico pediu o famoso empréstimo ao qual ele disse que a garantia era ele. Fizemos quando o Campello pediu empréstimo. Na época, o Adriano (Mendes, atual vice-presidente de finanças) também era responsável pela área financeira do clube e foi ao escritório do hoje vice-presidente do Conselho Deliberativo, o Renatinho (Renato Brito, da Sempre Vasco), apresentar esse racional do empréstimo. E estamos fazendo a mesma coisa agora em relação ao Jorge - afirmou o conselheiro.

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