Segunda chance e os sinais da silenciosa pressão sobre Marcelo Cabo, agora ex-treinador do Vasco
Técnico demitido na última segunda-feira esteve na corda bamba após a derrota para o Avaí, um mês atrás. Metas não atingidas pesaram para o fim da passagem dele pela Colina
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Sexta-feira, 18 de junho. Após mais uma atuação pavorosa e mais uma derrota em casa, o presidente do Vasco, Jorge Salgado vai ao CT do Almirante e conversa com os jogadores. A reação dos atletas contra qualquer má relação com o treinador soou como um pedido de continuidade do trabalho do comandante da equipe naquele momento. De lá para cá são quatro vitórias, dois empates e duas derrotas. Mas na última segunda-feira não houve jeito. O trabalho de Marcelo Cabo foi ceifado.
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E sinais da última semana indicam que, mesmo com a invencibilidade de quatro jogos - três deles contra times do G4 da Série B - o treinador seguia pressionado. A partida contra o Náutico foi a gota d'água. Contra o líder da competição, em São Januário, o Cruz-Maltino viu o goleiro Vanderlei ser o destaque e o empate ser obtido somente nos acréscimos do segundo tempo.
O primeiro sinal foi revelado pelo próprio Marcelo Cabo. Após o empate com o Coritiba, uma semana atrás, o agora ex-treinador revelou que havia uma meta de pontos estipulada para os jogos em sequência contra times do G4. O Sampaio Corrêa já havia sido derrotado.
- Temos uma meta, para esses jogos, de sete a nove pontos. Com a vitória no próximo jogo, teremos sete - projetou Marcelo Cabo, confiante.
-> Confira a tabela da Série B do Campeonato Brasileiro
Repare como a meta estava alta. Perder para qualquer um dos rivais, atualmente em melhor momento e posição na tabela, não seria admitido. Talvez nem o próprio treinador tenha percebido o peso que uma nova igualdade, que ocorreu no jogo contra o Timbu, teria. Foram cinco pontos, dois a menos que o mínimo estipulado. O sarrafo estava alto porque o início do Vasco na Série B foi pior do que o imaginado internamente.
Outro sinal da pressão, este dado na última sexta-feira, foi a entrevista coletiva do diretor executivo de futebol, Alexandre Pássaro. Entre elogios e um tom de confiança no trabalho, o dirigente alertou.
- De nada adianta oscilarmos tanto - em curtas e discretas palavras em meio a quase meia hora de falação, a cobrança pública foi pouco percebida externamente. E, para além dos pontos ainda insuficientes para o Cruz-Maltino entrar no G4, o desempenho contra o Timbu assustou.
Mais uma vez Cabo deu declarações que foram no sentido oposto ao entendimento da torcida sobre o desempenho da equipe. Mas Pássaro garante que opiniões externas não interferem na avaliação dele e do presidente do clube, Jorge Salgado. São eles quem decidem os rumos do departamento de futebol vascaíno.
O executivo baseia muito de seu trabalho em números. E, com o mandatário, havia um subentendimento de avaliar demissão do treinador somente após o primeiro terço ou primeiro quarto de competição. As metas não cumpridas e o desempenho insatisfatório resultaram na primeira demissão de treinador da atual gestão.
- Não poderíamos confundir a nossa convicção e esperança com o trabalho que estava sendo desenvolvido com o que estava sendo mostrado nos jogos - explicou Alexandre Pássaro na última tarde.
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