Em seu terceiro ciclo como técnico do Vasco, Abel Braga terá trunfo e tanto
Ao contrário de passagens de 1995 e 2000, no qual chegou no decorrer do ano, novo comandante do Cruz-Maltino traçará planejamento desde o início
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A nova passagem de Abel Braga no Vasco trará uma responsabilidade a mais para o treinador. Pela primeira vez, ele assume o comando da equipe da maneira como gosta: podendo traçar o planejamento ideal para o ano seguinte. O técnico ainda lida com outro desafio. Suas duas passagens anteriores na Colina não tiveram longo prazo.
ABELÃO EM 1995: SONHO DO TETRA ESTADUAL PASSOU LONGE
O primeiro retorno do ex-zagueiro ao Cruz-Maltino como treinador aconteceu no ano de 1995. Coube a Abelão substituir Nelsinho Rosa (que, pressionado pelos maus resultados no início do Octogonal Final do Campeonato Carioca, deixou o cargo após o empate em 0 a 0 com o America em São Januário).
Amparado à época por sua fama de "nunca perder em estreias" como técnico, Abel teve um início promissor, ao levar o Vasco ao derrotar o Botafogo por 1 a 0, com gol marcado por Clóvis. Em seguida, o Cruz-Maltino despachou nos pênaltis o Atlético-MG na Copa do Brasil em pleno Mineirão. No entanto, o decorrer de sua passagem não trouxe a mesma empolgação.
O Cruz-Maltino, que mantinha a base tricampeã estadual, com nomes como Carlos Germano, Pimentel, Ricardo Rocha, Leandro Ávila e Valdir e era reforçada pelo zagueiro Paulão (vindo do Grêmio) e pelo atacante Clóvis, deixou a desejar. No Estadual, a equipe saiu da briga pelo título ao tropeçar diante de Bangu e Fluminense e sofrer um revés por 4 a 2 para o Flamengo. Mas o caldo começou a entornar de vez pela maneira como a equipe foi eliminada na semifinal da Copa do Brasil. Depois de ter perdido para o Corinthians por 1 a 0 no Maracanã, os corintianos aplicaram uma goleada por 5 a 0 no Pacaembu.
Abel chegou a comandar o Cruz-Maltino no empate em 1 a 1 com o Botafogo, no Caio Martins (em jogo no qual ambas as equipes já estavam eliminadas do Carioca). Mas entregou o cargo e nem sequer comandou a equipe na despedida da competição, contra o Entrerriense. Em cerca de dois meses, o Vasco obteve seis vitórias, três empates e cinco derrotas.
ABELÃO EM 2000: ELENCO BADALADO, TÍTULO DA TAÇA GB, MAS...
Cinco anos depois, o técnico chegou em São Januário em um contexto bem diferente. Ele foi o escolhido para suceder Antônio Lopes, que encerrava um ciclo de quatro anos e repleto de títulos (Brasileiro de 1997, Carioca e Copa Libertadores de 1998 e Torneio Rio-São Paulo de 1999).
Abel Braga assumiu a equipe na estreia do Carioca, dias após o Cruz-Maltino ter perdido a decisão do Torneio Rio-São Paulo (sua segunda no ano, uma vez que a primeira foi o Mundial de Clubes). O Vasco iniciou a competição estadual batendo o Madureira por 2 a 0, com dois gols de Edmundo.
Comandando um elenco repleto de astros do quilate de Hélton, Jorginho, Mauro Galvão, Juninho, Pedrinho, Viola, Edmundo e Romário, o treinador não demorou a obter uma campanha promissora. Em um Domingo de Páscoa, o Cruz-Maltino aplicou a goleada de 5 a 1 sobre o Flamengo, com direito a três gols de Romário, e sagrou-se campeão da Taça Guanabara.
Entretanto, Abelão começou a ter de contornar um problema interno na Colina: o atrito entre Edmundo e Romário. Após a troca de farpas entre os jogadores, que chegou a acontecer via imprensa, o ambiente voltou a ficar conturbado com uma derrota por 1 a 0 para o Fluminense, pelo Campeonato Estadual. O dirigente Eurico Miranda disse que iria multar os jogadores por "perder para um time de Série C".
Dias depois, as duas equipes voltaram a se enfrentar pela Copa do Brasil. Depois do empate em 1 a 1 no jogo de ida no Maracanã, um 2 a 2 em São Januário determinou a classificação tricolor. Em meio à frustração cruz-maltina e ao ambiente conturbado na Colina, Abel Braga pediu demissão, deixando como lembrança 15 vitórias, seis empates e duas derrotas. Alcir Portella comandou a equipe na decisão contra o Flamengo.
O técnico, que à época assinara vínculo com o Vasco apenas até o meio do ano, aceitou logo em seguida a proposta para comandar o Olympique de Marselha (FRA). Já nesta nova passagem, seu contrato com o Cruz-Maltino está previsto para durar até o final de 2020.
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