Vasco esclarece dúvidas de sócios sobre os pareceres do contrato da 777 Partners pela SAF
No evento, estiveram presentes o vice-presidente Roberto Duque Estrada e o presidente do Conselho Fiscal, João Marcos Amorim, que responderam questões sobre os pareceres
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Em meio ao processo da SAF, o Vasco organizou um programa nesta segunda para esclarecer dúvidas de sócios e jornalistas sobre os pareceres emitidos sobre o contrato com a 777 Partners. No evento, estiveram presentes o vice-presidente Roberto Duque Estrada e o presidente do Conselho Fiscal, João Marcos Amorim.
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O Vasco divulgou, no último sábado, dois pareceres sobre o contrato da empresa norte-americana que pretende adquirir 70% da SAF do clube. O primeiro foi da Comissão Especial formada por quinze conselheiros e beneméritos. O grupo deu parecer favorável ao documento, com apenas dois membros não assinando.
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- Foi uma Comissão indicada pelo presidente do Conselho Deliberativo, uma comissão heterogênea, com membros de vários grupos. O acordo de investimentos foi analisado por cinco conselheiros. O acordo de acionistas e o estatuto foi feito por outro grupo. E um terceiro grupo ficou com os contratos acessórios, no que diz respeito a fontes de receitas importantes para o clube, como as questões dos royaltes, do empréstimo de São Januário, entre outros instrumentos - disse Roberto Duque Estrada, e em seguida emendou:
- Foram 15 dias de muito trabalho. Os documentos são confidenciais, não poderiam sair da sede. Fizemos várias reuniões, foram dias intensos. Fizemos uma contextualização do negócio, dentro da situação financeira gravíssima do Vasco, talvez a mais grave de sua história. Emitimos um parecer favorável - completou.
O presidente do Conselho Fiscal, João Marcos Amorim também falou sobre o trabalho de análise que resultou nos dois pareceres apresentados no último sábado.
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- Para que nós pudéssemos dar um parecer, precisávamos das informações sobre os ativos. Assim foi feito. A diretoria administrativa nos forneceu o detalhamento dos ativos que serão transferidos para a SAF e os ativos que permanecerão com a associação. As informações foram analisadas por todos... Com base nessas informações pudemos dar o nosso parecer. Esse trabalho não termina aqui. Ele segue durante todo tempo necessário até a finalização desse processo - explicou, e acrescentou?
- Gostaria de parabenizar todos os envolvidos. Além de ser um trabalho desgastante, somos testemunhas da seriedade com que foi tratado todo esse processo. Todos assumiram esse compromisso em prol do clube. Sabemos da importância desse processo, independentemente do desfecho. É algo que fica para sempre. O que posso dizer ao nosso associado é que ele esteve muito bem representado nesse processo todo, no sentido de dar transparência e garantia aos interesses do clube. Tudo está alinhado com o que foi apresentado - completou João Marcos Amorim.
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Sobre investimentos nos próximos anos
- Queremos um time competitivo e vencedor. O nosso contrato garante até 2026 um valor fixo mínimo de investimento no futebol, que já é bastante substancial. Imaginamos que com um orçamento dessa grandeza, teremos investimentos e vamos para as cabeças. Retornar à Libertadores e ter uma condição mais vencedora. O investimento mínimo já é um valor considerável. Tenho certeza que teremos times competitivos já a partir de 2023 para disputar e ganhar títulos, que é o que todos almejam – disse Duque Estrada.
A 777 pode vender a parte dela para terceiros?
E após 2027 como ficarão os investimentos?
O Vasco terá que ter um dos cinco maiores orçamentos do futebol brasileiro. Caso não faça isso, a 777 não vai poder distribuir 100% dos dividendos da SAF caso o Vasco não atinja metas esportivas. Criamos amarras que fazem com que o investidor, que quer recuperar seu dinheiro investido, tenha que montar um time competitivo para atingir metas. Qual é a solução caso o time não vá bem? Tomar de volta o que ele comprou? Isso não existe no mundo dos negócios. Acho que foi uma cláusula muito bem negociada pela diretoria do Vasco para garantir times competitivos... Agora a gente imagina que nos próximos anos, antes de 2027, vamos ter um time muito competitivo, com orçamento alto, muito provavelmente em um ambiente de Liga.
Terá ajuda da 777 na atual janela
O Vasco está conversando com a 777, a relação é bastante próxima. Estamos fazendo uma transição, mas tudo depende da conclusão do negócio. Mas dentro do possível, e eles dispostos a antecipar algum recurso, por que não? Mas vamos aguardar o desenrolar e queremos fazer com que isso aconteça dentro dessa janela.
A 777 pode vencer a parte para terceiros?
- A SAF será 70% da 777 e 30% do Vasco. Se o Vasco quiser vender ações, vai ter que se submeter a suas regras. Ficaremos no mínimo com 10%. Agora a 777, uma vez que ela comprou e colocou o dinheiro investido (R$ 700 milhões), ela é livre para vender. Agora o Vasco vai ter preferência nessa compra, e há compradores proibidos. Mas a partir do momento que a 777 pagou o preço e comprou as ações, ela é dona e pode vender a participação dela - disse Duque Estrada.
E se o valor não foi investido pela 777
- A 777 tem até 36 meses para pagar pelas ações. Caso ela não pague nesse prazo, existe um mecanismo no contrato, que permite que o Vasco pegue para ele as ações que não forem pagas. Essa é uma regra do contrato para garantir caso eles não aportem o dinheiro - disse Duque Estrada.
Sobre as dívidas
- Existem certas categorias de dívidas. Algumas são transferidas imediatamente, caso das dívidas relacionadas ao departamento de futebol. As dívidas trabalhistas e cível, que estão no RCE. Elas estão com Vasco, mas a obrigação de pagamento é da SAF, que terá que tirar 20% para pagar. Temos também a dívida fiscal. Temos uma transação tributaria em andamento, que faz com que essa dívida fique alongada por um período grande. As dívidas operacionais são dívidas com fornecedores que serão honradas pela SAF. Essa questão da dívida foi um dos pontos mais importantes do contrato. O grande destruidor do Vasco nos últimos anos foi a dívida - disse Duque Estrada.
O que acontece em caso de falência da 777?
- A 777 é um aglomerado. Eles têm seguradoras, companhia de aviações e um braço de entretenimento e esportes. Eles estão trabalhando firme na formação de uma grande empresa. Falar em falência da 777 é uma coisa estrondosa. O que temos é uma cláusula que nos garante a nossa capitalização. Caso eles não aportarem o dinheiro, eles perdem o que compraram. Essa é a garantia que temos.
Por que não abrir os contratos?
- A 777 é um grupo que faz negócios no mundo todo. Então são questões estratégicas de mercado. É um pedido deles não abrir algumas coisas. Mas o sócio do Vasco está representado de alguma forma, pela diretoria eleita, pelo Conselho Fiscal... O que posso garantir que quem leu os pareceres vai tudo lá. Pode não ter alguns mínimos detalhes, por conta do pedido da 777, mas posso garantir que não tem nenhuma pegadinha.
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