A morte de Bebeto de Freitas rendeu homenagens também na Itália, onde o ex-treinador fez história com a seleção masculina de vôlei, campeão mundial de 1998. Gian Luca Pasini, jornalista da "Gazzetta dello Sport", escreveu o seguinte texto em reverência ao brasileiro que morreu nesta terça, aos 68 anos:
"Paulo Roberto de Freitas, que era conhecido apenas como Bebeto. Era, porque o treinador que escreveu seu nome como o mais recente campeão do Mundial de Vôlei pela Itália (em 1998, em Tóquio) nos deixou nesta tarde de terça-feira, quando trabalhava no Atlético-MG.
O futebol foi a última fronteira de "Bebo", como era conhecido em Parma, de onde havia levado ao sucesso o Maxicono, no início da década de 1990, após obterem os títulos nacionais.
Depois de uma brilhante carreira como jogador, começou sua trajetória como treinador. Em 1984, guiou o Brasil à sua primeira medalha olímpica, a prata (nos jogos boicotados de Los Angeles) e depois de quatro anos, ficou em quarto com a Seleção em Seul.
Anos depois, tinha um desafio maior. O último compromisso antes de chegar à nossa Liga, de onde vieram conquistas de ligas e Copas. Foi quando recebeu o de Carlo Magri (seu presidente, tanto no Maxicono quanto na Itália) a incumbência de comandar a Azzurra.
Cargo que havia aceitado com entusiasmo e comandou com sucesso, com a vitória na Liga Mundial de 1997 e um bronze europeu. Um ano depois, conquistaria o Mundial de 1998, em Tóquio.
Naquele ano, teve um desafio muito forte: no comando da Itália, enfrentar o Brasil, onde já fizera história. Após uma partida eletrizante, com direito à ida para o tie-break, a Azzurra garantiu sua ida para a decisão, em uma vitória por 3 sets a 2.
A medalha de ouro italiana chegou no dia seguinte, quando a seleção derrotou a Iugoslávia por 3 sets a zero. Bebeto de Freitas saiu de lá eleito melhor técnico do Mundial de Vôlei."
Nesta terça-feira, a Federação Italiana emitiu no Twitter o pesar pela saída de cena. Via Twitter, a Federvolley afirmou "O voleibol mundial lamenta o adeus de Bebeto".