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Rubinho pede ações para resgate da base do vôlei do Brasil: ‘É preciso boa resposta à nova realidade dos países’

Seleções infanto e juvenil acumulam resultados pouco expressivos nos últimos anos. Para técnico do Sesi, equipes Sub 23-21 dos clubes nacionais devem ser inscritas na Superliga B

Rubinho comandou o Sesi na última Superliga
Rubinho é técnico do time masculino do Sesi-SP, atual vice-campeão da Superliga (Foto: Everton Amaro/Fiesp)

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Um dos esportes mais vitoriosos do Brasil, o vôlei tenta encontrar caminhos para resgatar sua tradição de revelar talentos. Os recursos que alavancaram as Seleções adultas campeãs de Jogos Olímpicos nos últimos anos (Atenas-2004 e Rio-2016, no masculino, e Pequim-2008 e Londres-2012, no feminino) sofreram redução. O técnico Rubinho, que comanda os homens do Sesi-SP e durante 11 anos foi auxiliar de Bernardinho na equipe nacional adulta, é crítico da gestão atual dos jovens e sugere ações para o país fazer mais com menos.

O apelo por competições específicas de base no Brasil e o esforço para promover a manutenção de elencos entrosados por longos períodos, que atuem juntos tanto nas Seleções da base quanto nas disputas adultas nacionais, são lacunas apontadas pelo profissional. Ele acredita que ações são fundamentais diante do forte crescimento dos programas de outros países. 

– Nosso futuro depende de uma boa resposta à nova realidade dos adversários. Equipes Sub 23-21 dos clubes jogarem a nossa Superliga B seria uma delas. Competições específicas para esta faixa etária, envolvendo os principais clubes, seriam outra. Jogar mais, com mais qualidade e por mais tempo são requisitos para reequilibrar a situação – diz Rubinho, ao LANCE!.

Os últimos Campeonatos Mundiais infanto e juvenil mostram que o Brasil está abaixo das principais forças do vôlei mundial nas categorias de base. A equipe verde e amarela ficou em nono lugar no último Mundial masculino sub-19, em sexto no sub-20 feminino e em terceiro no masculino sub-21, por exemplo.

– Creio que o fato ocorre por uma convergência de fatores, que englobam desde as dificuldades para mantermos programas ideais de preparação a um grande crescimento dos programas de nossos adversários. No histórico das competições internacionais, notadamente nas décadas de 80 e 90, o Brasil conseguiu unir bons períodos de treinamento centralizado de suas Seleções, com um excelente volume de jogos internacionais, excursionando para jogos amistosos e torneios – lembrou o técnico, que relaciona o crescimento no vôlei brasileiro naquele período ao domínio celebrado pelo público no século atual.

– Isto elevou em muito a nossa condição competitiva. A experiência adquirida por estas gerações foi fundamental para os bons resultados, desde a base até o adulto.

O treinador destaca que a média da base do vôlei brasileiro ainda é muito boa. São 21 títulos mundiais, com 45 pódios em 77 possíveis. Mas sabe que a marca só será mantida em patamares de expressão se medidas forem tomadas.

– Os programas da maioria dos países não eram tão completos e extensos quanto o nosso. As equipes europeias por exemplo, tinham em sua maioria programas mais curtos, mas que contavam com a qualidade de seus torneios e competições oficiais. Os campeonatos europeus eram e continuarão sendo os mais fortes em termos continentais. Mais recentemente, alguns destes adversários mudaram seus programas de forma a manter o mesmo grupo de atletas em atividade por 10-11 meses, sendo 3-4 meses na Seleção nacional e os demais representando um clube parceiro ou mesmo a própria seleção, preservando a mesma comissão técnica e jogando em competições adultas nacionais – completou Rubinho.

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