Conhecimento do clube e experiência: os motivos pela escolha de Paulo Autuori no Botafogo
Campeão brasileiro em 1995, treinador retorna ao Alvinegro com aval de Carlos Augusto Montenegro e Valdir Espinosa para a quarta passagem no clube de General Severiano
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Paulo Autuori é o novo treinador do Botafogo. Com todos os detalhes burocráticos acertados entre o homem de 63 anos e o Comitê de Futebol do Alvinegro, a assinatura no contrato, que aconteceu na tarde desta quarta-feira, consolidou o anúncio oficial do comandante no Glorioso. Autuori retornará ao clube de General Severiano para a sua quarta passagem pela Estrela Solitária.
A escolha da diretoria por um treinador já conhecido nos corredores do clube e pela torcida do Alvinegro foi de propósito. O Comitê correu atrás de um treinador com conhecimento da instituição e, acima de tudo, conhecido por ter uma boa reputação como gestor de elenco. Na visão dos mandatários do Botafogo, Paulo Autuori cumpre todos os requisitos.
Os próprios dirigentes do Botafogo reconhecem que a situação interna do clube é difícil e que essa é uma das gestões mais complicadas financeiramente da história do Alvinegro. Por isto, a necessidade de ter um comandante com experiência - visando possíveis situações de atrasos salariais, com o intuito de manter o foco dos jogadores dentro das quatro linhas.
Paulo Autuori, contudo, é marcado por não aceitar nenhum tipo de desorganização, principalmente no quesito de atrasos salariais. Neste sentido, a boa relação com Carlos Augusto Montenegro, presidente do Botafogo no título brasileiro de 1995 e atual membro do Comitê Executivo de Futebol, e a possibilidade do Botafogo em virar clube-empresa - separando o futebol da parte social - em um futuro próximo pesaram para a decisão do treinador.
Parte da ala nos corredores de General Severiano defendia a chegada de um treinador estrangeiro, mas a ideia foi praticamente descartada de primeira, já que, na visão dos homens-fortes da diretoria, um estrangeiro que chegaria ao Brasil pela primeira vez não saberia lidar com toda a pressão interna vivida pelo Botafogo. O Comitê quis dar um tiro certo.
Campeão em 1995, Autuori voltou com trabalhos no Botafogo em 1998 e 2001. O conhecimento do clube foi, justamente, o que fez a balança pesar para que a quarta passagem acontecesse. A boa relação com Montenegro e Valdir Espinosa, pessoas influentes no dia a dia do Botafogo, também foi importante para o retorno, que terá duração até dezembro de 2020.
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RETORNO COMO TREINADOR
Autuori voltará a atuar na casamata depois de um semestre longe das quatro linhas. O próximo comandante do Botafogo foi Coordenador Técnico do Santos no segundo semestre do Santos - nos últimos três anos, vale ressaltar, ele fez alguns trabalhos como dirigente: Manager no Athletico Paranaense, em 2017, e Diretor executivo no Fluminense, em 2018.
A última experiência como treinador foi no primeiro semestre de 2019, pelo Atlético Nacional-COL. Na época, o brasileiro havia pedido demissão após ter sido eliminado pelo Fluminense na segunda fase da Copa Sul-Americana. Antes, havia comandado o Ludogorets, da Bulgária. Ao somar as duas passagens, o treinador acumula 51 partidas - 25 vitórias, 13 empates e 13 derrotas, o que representa 57,5 de aproveitamento.
Além do Campeonato Brasileiro de 1995, Paulo Autuori conquistou um Mundial de Clubes, duas Taças Libertadores, uma Recopa Sul-Americana, dois Campeonatos Peruanos, um Campeonato Búlgaro, uma Supertaça Búlgara e uma Copa do Brasil.
BOTAFOGO TENTOU CUCA, MAS SEM RESPOSTA
Antes de Paulo Autuori, o Botafogo tentou ir atrás de outro velho conhecido: Cuca, que treinou o Alvinegro entre 2006 e 2008. O "Plano A", inicialmente, era o ex-treinador do São Paulo, mas o comandante sequer atendeu aos telefonemas dos dirigentes do Botafogo, se recusando a negociar. Vale ressaltar que esta é a segunda vez que o treinador nem abre conversas com o Glorioso. A negociação foi divulgada primeiramente pelo "UOL Esporte".
Com a recusa de Cuca, o nome de Paulo Autuori virou unanimidade no Comitê Executivo de futebol. A negociação, apesar de detalhada - visto que o treinador é atento a qualquer tipo de cláusula e bem participativo nas conversas -, foi rápida. O Botafogo encontrou o substituto de Alberto Valentim em menos de 72 horas do anúncio da demissão.
Treinadores mais novos, como Mano Menezes e Roger Machado, eram vistos como sonhos de consumo da diretoria, mas os altos custos - mais de R$ 450 mil por mês, contando com os membros da comissão técnica - fizeram o Botafogo nem abrir qualquer tipo de negociação.
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