Dirigente explica por que alguns ex-atletas do Botafogo não entram na fila do Ato Trabalhista
Clube está resguardado por acordo firmado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ), mas recentemente tem sofrido com ações de ex-jogadores fora do Ato Trabalhista
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O Botafogo paga mensalmente R$ 1,2 milhão para quitar antigas dívidas trabalhistas de ex-funcionários, principalmente ex-jogadores, mas tem de suar a camisa para não arcar com um valor ainda maior. Em dezembro do ano passado, a diretoria comandada pelo presidente Carlos Eduardo Pereira conseguiu que o clube voltasse ao Ato Trabalhista, acordo que permite o pagamento ordenado - como uma fila - a estes ex-atletas, evitando inúmeras penhoras. No entanto, mesmo com o Ato em vigor, o clube tem sofrido frequentemente com ações movidas por ex-jogadores.
Em entrevista ao LANCE!, o vice-presidente jurídico do Glorioso, Domingos Fleury, explicou a situação. Ele ressalta que o Botafogo quer pagar as dívidas e classifica como 'oportunistas' as tentativas de ex-atletas receberem fora da fila do Ato Trabalhista.
- O Ato Trabalhista não é uma lei. Ele é um ato administrativo do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ). Como o ato não é uma lei, muitos juízes não concordam com ele, mas é obrigatório que ele seja cumprido. Esta situação só vai mudar quando o Ato virar lei, de fato, o que deve acontecer em breve. O Botafogo quer pagar. Já pagamos mais de R$ 14 milhões em dívidas trabalhistas, mas o que eu vejo são pessoas oportunistas - disse, referindo-se às tentativas de ex-jogadores receberem fora do acordo.
Nesta semana, o zagueiro Renato Silva bloqueou R$ 525 mil do Botafogo. O clube, porém, recorreu rapidamente, e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ) sustou a medida, evitando a penhora. A quantia, porém, segue bloqueada até o julgamento do caso, o que deve acontecer em até três meses. O ex-defensor alvinegro moveu ação com o advogado Theotonio Chermont de Britto, o mesmo do ex-volante Túlio, que também cobra uma dívida do Glorioso nos tribunais.
Em 2016, o Botafogo vai pagar uma quantia ainda maior, mensalmente, no Ato Trabalhista. O clube fez acordo para pagar todas as dívidas trabalhistas em dez anos e quitou um deles. Ao longo dos próximos anos, o valor a ser pago no acordo só vai aumentar. Quando voltou ao Ato, o Glorioso pagava R$ 750 mil por mês.
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