Falta de identidade, reforços apagados e instabilidade política: os desafios do próximo técnico do Bota
Diretoria alvinegra está perto de anunciar Zé Ricardo. Se for o treinador ex-Flamengo e Vasco ou não, o fato é que há muito o que consertar internamente por paz em 2018<br>
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Quando o Botafogo conquistou o Campeonato Carioca de maneira heroica e à base de desconfiança, o ano de 2018 para o clube parecia bem encaminhado e a ser costurado com bons resultados. O trabalho de Alberto Valentim vinha em evolução, mas o fato é que, logo no primeiro dia de agosto, mais se fala em fracassos e erros de planejamento da diretoria do que outra situação que seja.
Contratado para substituir Valentim na pausa para a Copa do Mundo, Marcos Paquetá nunca foi unânime entre os torcedores. Foi demitido com apenas cinco jogos, período marcado por quatro derrotas, e agora o Glorioso volta ao mercado para arranjar um novo comandante. Zé Ricardo é a prioridade e, venha ele ou outro, o certo é o imenso desafio pela frente.
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A iniciar a abordagem, podemos seguir no quesito diretoria. O departamento de futebol dos primeiros passos da gestão Nelson Mufarrej apostou em Felipe Conceição para iniciar a temporada. O time demorou a encaixar e, depois de atuações ruins e eliminações na Copa do Brasil e na Taça Guanabara, saiu depois de sete jogos - o que configura uma tentativa equivocada. Em seguida chegara Valentim, indicado por Cuca, mas que tinha respaldo da alta cúpula.
Mesmo com o título estadual, Alberto Valentim esbarrou em outro fator negativo que o impediu de engatar sequências de boas atuações - e vitórias, consequentemente. Dos dez reforços no ano que tinha à disposição, o agora treinador do Pyramids, do Egito, só contou com a regularidade de Moisés. No mais, apostando em jovens e sem medalhões, viu Renatinho, Kieza, Aguirre e Luiz Fernando, principalmente, não aproveitarem a maioria das chances.
Valentim, aliás, citava sempre que o seu time estava criando uma identidade. De fato, em muitos jogos, via-se uma equipe que buscava o controle da posse de bola e marcação alta para recuperar a redonda o quanto antes. Ou seja, um estilo de lidar com as ações oposto ao de Jair Ventura em 2017. Já com Marcos Paquetá, tínhamos uma terceira filosofia em curto espaço de tempo: o recém-demitido comandante pedia mais verticalidade, porém fracassou pela constante rotatividade e pelo pouco empenho dos atletas.
Seria leviano dizer que houve um complô dos jogadores para Paquetá cair ou que eles deixaram de se entregar o máximo por conta de salários atrasados, mas ficou evidente que a assimilação das ideias do treinador, que estava há 14 distante do futebol brasileiro, foi comprometida.
Em suma, o novo técnico também terá que administrar com afinco e de imediato a questão anímica, que, no caso de uma influência direta por conta de retardo salarial, pode fazer com que uma campanha de livramento da Série B seja tida como outro título. Não será nada fácil superar todos os contratempos em busca de dias melhores, algo que os torcedores aguardam aflitos.
NÚMEROS DO BOTAFOGO EM 2018
Jogos: 37
Vitórias: 14
Derrotas: 13
Empates: 10
Aproveitamento: 46,8%
Gols marcados: 42
Gols sofridos: 47
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