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Isolar Geovani e foco defensivo: como o Botafogo superou o Santos em 95

Na final há 25 anos, Paulo Autuori fez marcação específica em cima do craque do Peixe e evitou ataques em velocidade do adversário com a aplicação tática dos pontas

Especial - Botafogo 95
imagem cameraTúlio faz gol no Pacaembu, na final do Brasileirão de 1995 (Foto: Botafogo)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 07/06/2020
18:09
Atualizado em 08/06/2020
06:00

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O título do Botafogo no Campeonato Brasileiro de 1995 passa muito pelo gol de Túlio Maravilha no Pacaembu, mas o camisa 7 teve um sistema que lhe ajudou por trás para garantir o troféu. Contra o Santos, o Glorioso trabalhou a vantagem conquistada no jogo de ida, isolou as principais ameaças ofensivas do adversário e, no fim, tirou o grito de campeão da garganta.

Paulo Autuori começou a partida com o time-base daquela campanha, mas com uma mudança primordial: Donizete, com dores musculares, foi o atacante mais fixo na área. Coube a Túlio, artilheiro da competição, recuar e correr para pressionar a saída de bola dos defensores do Santos. O Botafogo atuava em 4-4-1-1, com a famosa dupla de ataque à frente de Sérgio Manoel, Leandro Ávila, Jamir e Beto.

No primeiro tempo, o Botafogo incomodou o Santos no próprio campo. Os laterais e volantes do Peixe não tiveram paz, porque sempre havia um atleta do Botafogo por perto pressionando. A intenção era recuperar a bola rápido e, com poucos toques, acionar Donizete - mas o Pantera, sem estar na plenitude física, teve dificuldade para superar os marcadores na velocidade.

Dois jogadores do Botafogo, contudo, não participaram da marcação-pressão: Beto, no lado direito, que não avançava para conter os avanços em velocidade de Camanducaia, e Leandro Ávila, que, com a ajuda dos zagueiros, "cercou" Geovani, principal expoente técnico daquela equipe do Santos, de qualquer jogada no centro do campo.

Sem o camisa 10 e a válvula de escape no ataque, o Santos teve dificuldade para chegar no gol do Botafogo nos primeiros 45 minutos. O Glorioso, por sua vez, não desperdiçou uma das poucas chances claras que criou na etapa: Túlio aproveitou desvio de Jamir para abrir o placar.

SEGUNDO TEMPO: FOCO NA MARCAÇÃO
Logo no intervalo, Paulo Autuori colocou Moisés, um volante, no lugar de André Silva, lateral-esquerdo. Sérgio Manoel recuou para compor a linha de defesa. O Botafogo passou a jogar em um 4-3-3, com Túlio, Donizete e Beto, ainda com foco nas descidas de Camanducaia, mais avançados.

O Santos empatou a partida nos primeiros minutos da etapa complementar e, empurrado pela torcida, pressionou por mais. O Botafogo, que tanto havia pressionado nos primeiros 45 minutos, adotou uma marcação em bloco baixo, mas sempre isolando Geovani e Camanducaia - provavelmente as duas prioridades de Paulo Autuori na questão defensiva.

Com os pontas recuados - com as alterações, Jamir ajudou Sérgio Manoel no lado esquerdo -, o Santos teve dificuldade para avançar pelos flancos. Pelo meio, a casinha estava fechada seja por Gottardo, Gonçalves ou Leandro Ávila. 

O Botafogo pode não ter feito uma grande partida em termos ofensivos no segundo tempo, mas foi exemplar sem bola. Ao fato de isolar as principais ameaças do Santos, obrigou a equipe da Vila a se reinventar em termos de ataque justamente na final. Quando o Peixe assustou - a maioria das vezes em ocasiões de bolas paradas -, Wagner esteve lá. Um título que começou, antes de tudo, pelo planejamento dentro de campo.

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