Luís Castro diz aceitar vaias da torcida do Botafogo e prega união por bons resultados
Treinador negou que tenha feito qualquer sinal de insatisfação ao ouvir os protestos das arquibancadas do Nilton Santos
O Botafogo decepcionou um Nilton Santos cheio e acabou ficando no empate por 0 a 0 com o América-MG. Após a partida, válida pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro, os torcedores vaiaram o time e xingaram o técnico Luís Castro, que pareceu ter demonstrado certa insatisfação no momento. Em entrevista coletiva, o português disse aceitar a opinião dos alvinegros, mas pregou união.
- Eu entendo as torcidas, a torcida está à procura da vitória, não conseguimos e isso provoca um sentimento de tristeza e desilusão que pode levar a essa manifestação de desagrado. Eu entendo. Não faço qualquer sinal para a torcida, eu estava descontente com o resultado. Não tenho que concordar ou discordar com a torcida. A torcida entendeu vaiar a equipe no final, tenho que aceitar. Se as vaias forem para mim, melhor do que se fossem para os jogadores. Eu não consigo vaiar meus jogadores no final do jogo quando eles trabalharam muito e o goleiro do adversário foi o melhor em campo.
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Ainda na mesma resposta, o treinador respirou, pensou e seguiu falando sobre o momento.
- Quero que saibam: chegaremos na terça na reapresentação com a mesma determinação, com o mesmo olhar do que é o projeto. Sei exatamente o que o Botafogo viveu nos últimos anos e o que está vivendo hoje. Eu sei ver, sei ler, sei analisar, sei tudo, e sei que caminho temos que tomar. Estamos numa situação delicada e precisamos de todos unidos. Não consigo dizer outra coisa a não ser isso, só todos juntos vamos conseguir. É uma missão de todos.
- Sei o caminho que preciso tomar. Todos os dias me levanto com a consciência tranquila e direto ao trabalho. Sei aquilo que faço, cheguei no futebol aos 11 anos e tenho 61, não cheguei agora. Já foi Champions, Liga Europa, já fui campeão, já ganhei taças, já passei por tudo, portanto sei bem do que quero. Só há uma maneira de fazer as coisas, com trabalho, dedicação e honestidade - completou.
Sobre o desempenho do time na partida, Luís Castro afirmou que o Botafogo merecia ter saído de campo com a vitória. O América foi melhor no primeiro tempo, mas o Alvinegro dominou o segundo. Com o resultado, o time sobe para 12º, com 31 pontos, abrindo seis do Z4. Agora, o grupo terá mais uma semana livre de treinamentos e volta a entrar em campo no próximo sábado, dia 17, diante do Coritiba, às 19h, no Estádio Nilton Santos.
- De finalizações, terminamos o jogo com o segundo tempo com o dobro das finalizações. Entendemos que merecíamos ter ganho. Não pela falta de qualidade do América, pela qualidade que tivemos, especialmente no segundo tempo quando fomos uma equipe dominante. Fizemos um grande segundo tempo, só não foi traduzido em gols. O melhor em campo do América-MG claramente foi o goleiro - avaliou.
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FINALIZAÇÃO
- É normal que os homens da frente tenham mais finalizações, mas tem de juntar a esses o Carlos Eduardo que também aparece muito. O Lucas Fernandes e o Tchê Tchê não tiveram tantas situações, um adversário competente, que não perde há nove jogos, e está na oitava colocação em um campeonato tão difícil como esse. Nos criaram muitas dificuldades. Há duas partes distintas no jogo, para traduzir com fatos, eles tiveram 10 escanteios no primeiro tempo, e só um no segundo.
POSICIONAMENTO
- O que temos que ajeitar são os posicionamentos. Quero uma equipe muito ofensiva e equilibrada defensivamente. Os últimos jogos mostram esse caminho. O que falta mudar é meter a bola dentro da baliza adversária, o que validaria ainda mais a nossa boa atuação.
- Não há jogadores em campo sem missão defensiva. O jogador tem que ver o futebol como um todo, e não só o individual. Ele tem percebido o futebol pelo lado coletivo, evoluído e tem feito muito bem à equipe.
JOGAR COMO MANDANTE
- Os 32 mil torcedores vieram porque reconhecem o nosso trabalho. São muito fiéis ao Glorioso, o que é motivo de satisfação. Trabalhamos para corresponder a essa dedicação deles. Jogar em casa ou em fora, a única diferença é ter mais ou menos torcedores. Mas, para quem vive no futebol, o decisivo é focar naquele retângulo do jogo. Todos acham que em casa é para ganhar, e fora pode perder. Eu acho que devemos ganhar em casa e fora. E até estamos vencendo mais fora do que em casa. Jogamos sempre com a possibilidade de ganhar, produzimos para isso.
PRESSÃO DO ADVERSÁRIO
- Nesse jogo, o América também quis jogar. Mas, muitas vezes, as equipes não querem jogar tanto assim, não dão tantos espaços. Depende do que cada equipe quer para o jogo. Se uma das 20 bolas que tentamos tivesse entrado, seria outra a avaliação do jogo. Estivemos em um nível bom. Aos nossos 32 mil torcedores, ficamos tristes de não entregar o resultado, mas entregamos muito trabalho. Os jogadores estavam exaustos.
TEMPOS DISTINTOS
- Quando terminamos um jogo com 20 finalizações... O jogo não foi perfeito. Demos o controle ao América em parte do jogo, não percebemos muito bem o que estava acontecendo, tentamos muitos ataques rápidos. Não entramos muito bem no jogo e, mesmo assim, equilibramos a equipe dentro do campo e fizemos uma ótima segunda etapa.
LEITURA SOBRE O ELENCO
- Estamos todos adaptados à atmosfera do clube. O principal sinal de hoje e de outros dias que vivemos é que todos entendem o quão difícil é a tarefa. Queremos atingir os objetivos durante a época, e o mérito será de todos. É um campeonato muito difícil. Construímos três equipes ao longo da temporada. É um sinal claro, e acho que todos estão entendendo o que está se passando.
QUESTÕES FÍSICAS E ENTROSAMENTO
- Os jogadores estão bem física e tecnicamente, mas não estão juntos há muito tempo, o que pode dar alguns problemas na nossa estratégia. Depois, vem a parte da mentalidade, que vem melhorando ao ponto em que ganhamos confiança. Falta a sequência de vitórias que nos coloque em uma boa colocação na tabela, que nos coloque em paz, para alavancar ainda mais a qualidade de jogo da equipe. Sem isso, começa a ansiedade, falta paciência. Hoje vi isso em alguns lances, os jogadores ficam ansiosos, a torcida fica ansiosa. E o lance de gol não sai como deveria. A confiança no que se faz em campo vêm com os resultados. Já estivemos a um ponto da linha do Z-4, hoje estamos mais afastados porque aguentamos a pressão.