Meio-campo leve do Botafogo: como Caio Alexandre e Honda se entendem
Treinador Paulo Autuori monta equipe do Alvinegro com dois volantes capacitados no passe e com boa saída de bola; brasileiro analisa parceria com o japonês
O Botafogo aposta em volantes criativos para o Brasileirão A equipe de Paulo Autuori, até agora, passa longe dos atletas no setor mais voltados para a força física. Consequentemente, jogadores da posição com destaque nos passes e nas movimentações ganham notoriedade. No Alvinegro, a dupla de meio-campo vem sendo formada por Caio Alexandre e Keisuke Honda.
O jogo do Botafogo passa muito pelos dois. Geralmente, ambos controlam mais de 30% de toda a posse de bola do Alvinegro em uma partida e são os líderes da equipe no quesito de passes acertados. O japonês atuou como meia pelo lado direito durante boa parte da carreira, enquanto que o brasileiro foi colocado como primeiro volante na categoria sub-20.
Em entrevista para o "Canal do TF" com a presença de Sergio Santana, setorista do Botafogo no LANCE!, Caio Alexandre explicou que a presença de Keisuke Honda no mesmo setor do campo foi benéfica para seu desenvolvimento. O brasileiro explicou que o trabalho dos dois vai muito além dos passes - Paulo Autuori cobra movimentação e criação de espaços.
- Foi uma coisa muito boa. Grande parte da minha evolução tem sido por ele estar perto de mim. Somos jogadores com características parecidas de saída de bola, de mais técnica do que um volante mais pegador. A gente busca sempre ajudar a equipe nesse sentido, tanto que conseguimos criar bastante chances oriundas da nossa saída. Não é só chegar no ataque e acabou, tem todo o processo desde lá atrás. Enquanto um atrai o marcador, o outro está liberando espaço. Ele entra em um lugar mais fechado e isso libera espaço para mim. O professor sempre pede essa dinâmica, ser simples e objetivo - afirmou.
O jogo do Botafogo começa por Caio Alexandre e/ou Honda. Ofensivamente, a engrenagem parece começar a rodar. Defensivamente, contudo, os dois ainda tentam se entender. O brasileiro explicou como funciona a questão da marcação com o japonês.
- Eu jogo mais pela esquerda e o Honda pela direita. Essa relação com o lateral, no caso, o Victor Luís, Kanu (zagueiro) e Luís Henrique (ponta) é essencial. O professor (Paulo Autuori) sempre diz que é o triângulo defensivo, o lateral, o ponta e o volante. Quando o Honda está pelo lado, eu protejo a linha de zaga. Quando eu vou cobrir o lado, ele fica no centro para ajudar a defender. Quando a equipe adversária entra na nossa zona a gente tem que pressionar, roubar a bola rápido. O Honda sempre pede para gente ficar perto - analisou.