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Independência é interditado pela Justiça às vésperas de clássico

Juiz Michel Curi e Silva acolhe ação por improbidade administrativa e dano ao patrimônio público; partida entre Atlético-MG e Cruzeiro estava marcada para o local

Estádio Independência
Acusação não é vista como obstáculo para o Atlético (Márcio Porto)

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O Independência pode fechar as portas por algum tempo. O juiz Michel Curi e Silva, titular da 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Belo Horizonte, determinou a interdição do estádio. A sentença foi em acolhimento a ação civil pública feita pela 17ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público por acusação de improbidade administrativa e dano público na época da reconstrução do estádio. A decisão vem logo depois de o Atlético-MG ter solicitado que o clássico diante do Cruzeiro, no próximo domingo, pelo Brasileirão, seja no Horto. O clube, inclusive, já botou à venda ingressos para sócios. 

O juiz também determina a indisponibilidade dos bens do deputado estadual Gustavo Correa (DEM) até o valor de R$ 120 milhões, e dos ex-diretores do Departamento Estadual de Obras Públicas (DEOP), João Antônio Fleury Teixeira, Oizer Myssior e Gerson Barros de Carvalho.  Acusado de se beneficiar com recursos públicos devido à reconstrução do estádio, o América-MG ainda terá que apresentar cronograma relativo ao depósito judicial de parte da renda dos jogos que venham a ocorrer  no Independência, para ressarcir ao governo do estado de Minas Gerais, e o clube não pode firmar acordos.

Segundo o juiz, que aceitou denúncias da 17ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, o contrato "malfere  escancaradamente os princípios da moralidade e da supremacia do interesse público".  As obras foram orçadas em R$ 46 milhões, mas custou no total, R$ 150 milhões, e tiveram início sem alvará municipal na época.

Nem mesmo a decisão judicial faz o Atlético-MG descartar o estádio como local de seu confronto com o Cruzeiro, neste domingo. Ao "Estado de Minas", o diretor jurídico do Galo, Lásaro Cândido da Cunha, diz que a questão não está ligada aos gramados:

- A decisão não envolve segurança, nem nenhum agravante em relação ao funcionamento do estádio. O Atlético nem a empresa que administra o estádio são partes na ação. A decisão da Justiça direciona a decisão ao América e aos gestores do estádio da época. Por cautela, a BWA vai se manifestar no âmbito jurídico. O jogo vai ser realizado no Independência. Seria um absurdo um estádio em plenas condições por uma questão de ilegalidade de reforma e possíveis desvios de verba, ser fechado e não receber jogos do Atlético, que não é citado, assim como a empresa tem relação com a decisão judicial.

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