Um sertanejo na Rússia: o banquete de cavalo e a magia da Amarelinha

Nosso paraibano arretado provou mais uma guloseima esquisita do país da Copa do Mundo. Em Samara, pode ver como a camisa da Seleção abre portas com os gringos

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"Ontem eu sonhei que estava em Moscou..."

...E comendo carne de cavalo em Samara, onde a Seleção Brasileira despachou o México pra casa. Depois de caviar, peruzão e milho cozido, foi a vez do danado. Bicho, eu cresci comendo carne seca, conhecida como jabá no Nordeste, e diziam que era carne de jumento. Mas cavalo, juro, nunca tinha provado. Até que, na noite antes do jogo, fui jantar com colegas de imprensa e nos deparamos com um restaurante repleto dessas comidas exóticas. Tinha prato da Georgia, Uzbequistão, Cazaquistão, e outro bocado de "ão". Aí dei uma espiada no cardápio, vi a tal carne de cavalo e pensei: por que não? Bora! O resultado tá aí no vídeo abaixo. Gostosinha, viu? Pode ser ótimo aperitivo. Foi uma boa refeição, ainda mais porque a resenha estava boa, a fome daquele tamanho e o garçom era uma figura. 


Simpático ao extremo, ele se chamava Danila e nos atendeu superbem, com agilidade, algo um pouco incomum na Rússia. O inglês dele não era dos melhores, mas seu esforço e fofura compensavam qualquer falha. Ele adorava repetir, de um jeito muito engraçado: "No problem!". Pra tudo. Figuraça!

Samara, no geral, é uma cidade muito simpática e praticamente só me deparei com pessoas gentis, amáveis. O taxista, a recepcionista do hotel, os orientadores da Fifa no estádio. Tudo gente arretada! E ainda mais se você estiver usando a camisa da Seleção Brasileira. Pois é. Curioso para saber qual a sensação vivida pelos torcedores que estão na Copa, resolvi sair um dia pelas ruas vestindo a Amarelinha que eu trouxe na mala para uma eventual pauta. Rapaz, se no Brasil a camisa virou símbolo de alienação para parte da população, ou traje preferido de quem foi às ruas pelo impeachment da ex-presidente Dilma, aqui ela é só sucesso, abre portas!

A todo instante, alguém chega cumprimentando na rua. Os russos ensaiam um "Brasil" meio desengonçado. Os outros latino-americanos, menos argentinos, claro, abrem um sorriso. Eles gostam da nossa Seleção. No jantar, conheci um peruano que vive nos Estados Unidos por estar vestido como torcedor. Ele se aproximou falando da admiração que tem pela Seleção e que iria torcer para a gente na Copa. De quebra, pagou uma rodada de cerveja para mim e o companheiro Renan Damasceno, do Estado de Minas, jornal de Belo Horizonte. Que beleza, né? Mas bebi com moderação, que fique claro!

Foto, então, tirei umas 50, principalmente com russos que às vezes parecem me olhar como se eu fosse um ser estranho. Não que eu não seja, né, mas fico sempre na dúvida se é admiração ou espanto. Acredito mais na admiração. Primeiro porque nossa beleza é incomparável, né? E depois que os russos são uns fofos. Quer dizer, nem tanto.

Em Samara também tem russo mal encarado, taxista doido com o pé de chumbo, e garçom esperto querendo tirar um a mais. Mas nada que atrapalhe no calor infernal de quase 35 graus, propício para um mergulho no rio Volga. Mas quem disse que eu dei? Rapaz, nessa viagem estou fugindo de banho que nem gato. Mas calma: só nas praias, porque em casa está normal. A gente é feio, mas pelo menos é limpinho, né? 

É isso aí, rapaziada! Samara foi demais e deu sorte ao Brasil. O hexa segue mais vivo do que nunca! Deixa eu ir lá porque a próxima parada é Kazan, e tem muito mais história pra contar! Fica ligado aí!



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