Um sertanejo na Rússia: uma volta por Moscou e um ‘peruzão’ devorado

Nosso paraibano arretado chegou à capital russa e conheceu os pontos turísticos do centro. Antes do jogo do Brasil, ainda devorou uma coxa gigante de peru

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"Ontem eu sonhei que estava em Moscou..."

...E dava um giro pelo centro de... Moscou! É, rapaziada, chegou a vez de conhecer a capital da Rússia, por onde passei para fazer a cobertura de Brasil e Sérvia na quarta-feira. Que jogo, hein? Mas antes dei uma voltinha pela capital. E comecei pela região da Praça Vermelha, onde se concentra o maior número de pessoas nesta Copa do Mundo. Eita canto do mundo bonito e charmoso da peste! Você anda pela rua e passa um filme na cabeça. Que lugar é esse? Recheado de história, evoca as mais preciosas lembranças da infância. Prédios, igrejas, monumentos, tudo aquilo que você via, mas não imaginava que poderia ser tão maior. 

O que é a Catedral de São Basílio, rapaz? Colorida, de detalhes impecáveis, uma beleza harmônica de tirar o fôlego. Não à toa, todos os turistas que por ali passam se esforçam para garantir uma foto. A disputa é tão grande que é uma façanha conseguir uma imagem "sem poluição". Tem sempre um "penetra" na foto. Mas tá bom. Até que ela é bonitinha, se comparada à única igrejinha lá de Lagoa de Roça, minha terra. Quem é do sertão ou do interior sabe que a igreja matriz é sempre um patrimônio da cidade. Imagina a Catedral de São Basílio, então... Reza a lenda que o Czar (espécie de imperador para os russos) da época da construção gostou tanto do trabalho do arquiteto que mandou cegá-lo para que ele jamais pudesse construir outra igual. Que baita presentão, hein? 

Ao lado da catedral, tem outro lugar arretado. O Kremlin. Não confundir com aquele filme de Sessão da Tarde, Gremlins. É uma fortaleza às margens do rio Moskva, aquele da famosa música Wind of Change, do Scorpions (assunto para outro post). Nesse lugar, há muitos palácios, prédios usados pelos governantes, sedes importantes. Também está o corpo embalsamado de Lenin, famoso líder comunista que foi o primeiro governante da antiga União Soviética. Há quem diga que é uma estátua de cera, mas não pude conferir porque já havia encerrado o horário de visitação. Mas o homem morreu em 1924. Haja formol! 

É encantador caminhar pelas ruas de Moscou, acredite! Em uma pracinha com vários restaurantes de comida local, um carrossel faz a alegria da criançada e te remete novamente à infância, quando desfrutávamos com amor dos parques de diversão nas festas de padroeiro. Mas e a barriga? Bateu fominha! Hora do pit stop. O que comer? Vamos à caça. No primeiro lugar, esperamos 20 minutos e não fomos atendidos, mesmo com a insistência do Thiago Salata, editor do LANCE! que também está na cobertura aqui em Moscou, e da colega Gabriela Montesano, que está na Rússia para a produção de um documentário sobre a participação feminina na Copa. Ficamos irritados com a indiferença dos garços aos nossos pedidos e fomos embora. Aliás, não é incomum passar por isso por aqui. Mas, ao lado, havia um lugar legal.

Bom, falei por aqui e você sabe: o sertanejo tem 500 anos de fome. Então, quando vi uma churrasqueira pegando fogo e um monte de coxas gigantes na brasa, os olhinhos brilharam. Enormes! Mas, meu Deus do céu, que ave é essa de coxas tão grandes? Perguntei ao churrasqueiro russo, ele primeiro disse "chicken" (frango, em inglês). Mas não era possível. Em seguida, ele falou "turkey". Ahhh, sim. Ele falava da "turkey leg", a coxa de peru que é famosa na Disney. Olha eu chique de novo! Foi ela mesma que escolhi: a moça me cobrou 250 rublos (cerca de R$ 15). Para acompanhar, comprei uma garrafinha de água e o resultado ó: MARAVILHA!. Acompanha no vídeo aí e perceba que, novamente, atualizei as definições de "o cão chupando manga". Agora, é o sertanejo comendo turkey, ou coxa de peru. 


Matada a fome, foram mais uns minutinhos de caminhada, esbarrando com todo tipo de personagem típico de Copa do Mundo. Centenas de brasileiros, argentinos, russos, sérvios, mexicanos, gente de toda parte. Que maravilha é a Copa do Mundo, ainda mais em Moscou, essa cidade adorável. Depois do jogo, retornei a Sochi, onde o Brasil fica hospedado, mas com a esperança de regressar à capital para a finalíssima. Ajuda aí, Neymar! Eu ainda quero dançar um pagode russo na boate Cossacou.

"Ontem eu sonhei que estava em Moscou..." Não era sonho, não! Era gostoso demais!

*Marcio Porto é repórter do LANCE! desde 2008 e está em sua segunda cobertura de Copa do Mundo - a primeira foi no Brasil. Paraibano de São Sebastião de Lagoa de Roça, cidade de pouco mais de 11 mil habitantes, irá desbravar as terras russas com a sede e fome do sertanejo. Cabra da peste que é, trará os relatos aqui para você! Simbora!






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