Fifa age, mas não cala a Dinamarca, seleção ativa pelos direitos humanos na Copa do Mundo do Qatar
Iniciativas da federação dinamarquesa e dos jogadores da seleção do país são vetadas pela organização do torneio
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A Dinamarca estreia na Copa do Mundo nesta terça, contra a Tunísia, sonhando repetir as boas campanhas das décadas de 1980 e 90, com os irmãos Laudrup e a geração marcada como "Dinamáquina".
Fora de campo, contudo, a atual seleção entra na história como a mais engajada na luta pelos direitos humanos. Apesar as restrições impostas pela Fifa, a federação e o elenco resistem e não se calam.
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A escolha do Qatar como sede do Mundial de 2022 e as denúncias de violações aos direitos humanos de trabalhadores e imigrantes no país geraram críticas nos últimos anos. A federação dinamarquesa foi uma das entidades que, por várias vezes, levou o tema ao público e cobrou explicações da Fifa, que, por sua vez, evita o tema. O último episódio foi o veto à utilização da braçadeira com cores do arco-íris.
Simon Kjaer, da Dinamarca, e capitães de outras seis seleções haviam firmado o compromisso de vestir a braçadeira "One Love" em apoio à causa LGBTQIA+. No Qatar, a prática homossexual é considerada infração à lei, e as penas variam entre prisão e até morte, em algumas regiões. Pressionada, a Fifa proibiu a faixa customizada, sinal de protesto utilizado em outras competições, como ressaltou o técnico da Dinamarca.
- Primeiro, não deveria ser uma decisão dos jogadores. Imagina entrar em campo punido com cartão amarelo. Não é possível. Nós já jogamos com essa braçadeira, especialmente em competições Uefa. Veremos o que vai acontecer hoje (segunda) com outras seleções que anunciaram que jogariam com ela. Mas as sanções esportivas e financeiras mencionadas, em especial as esportivas, não podem ser confrontadas - afirmou Kasper Hjulmand, técnico da Dinamarca:
- Não entendo (a "polêmica" a respeito da braçadeira). A mensagem não é controversa. Eu não acho e não vejo problema - concluiu.
O capitão da Dinamarca, também nesta segunda, voltou a criticar a escolha do Qatar como sede da Copa do Mundo de 2022 - veja aqui.
Os atritos entre a federação dinamarquesa e a Fifa já não são novidades. A organizadora do Mundial proibiu que os jogadores e comissão técnica utilizassem "Humans Rights For All" ("Direitos Humanos Para Todos") nos uniformes de treinos. Assim, a escolha foi por uma camisa toda preta. O uniforme de jogo também terá uma ação: a marca da fornecedora de material esportivo é invisibilizada.
"A cor do luto. Queremos lembrar sobre o histórico do Qatar nos direitos humanos e seu tratamento aos imigrantes trabalhadores", publicou a Hummels, fornecedora do material esportivo da seleção.
Em campo, a Copa do Mundo começa para a Dinamarca nesta terça, às 10h (de Brasília). O primeiro adversário será a Tunísia, pelo Grupo D. França e Austrália completam a chave, e se enfrentam às 16h.
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