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Marcos elogia Seleção e compara convocação de Cássio à sua em 2002

Pentacampeão mundial junto de Felipão, com quem trabalhou no Palmeiras, ex-goleiro cita a relação entre Tite e o atual arqueiro do Corinthians para entrar na lista da Copa de 2018

Grande ídolo do Palmeiras, Marcos foi campeão da Copa do Mundo de 2002
imagem cameraMarcos teve papel importante na campanha do título do Brasil em 2002 (Foto: AFP / DAMIEN MEYER)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 24/05/2018
19:52
Atualizado em 25/05/2018
11:48

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Último goleiro campeão mundial pelo Brasil, Marcos elogiou o trio escolhido por Tite para defender a meta da Seleção na Rússia. Além dos incontestáveis Alisson e Ederson, o ídolo do Palmeiras entendeu a escolha de Cássio, do Corinthians, por conta daquilo que viveu na Copa do Mundo de 2002.

Campeão da Libertadores em 1999 com Luiz Felipe Scolari no Palmeiras, o ex-goleiro de 44 anos sabe que a relação de confiança criada com Felipão no clube teve peso para vencer a concorrência de Dida e Rogério Ceni. Para ele, é semelhante a situação entre Cássio e Tite, que também ganharam juntos a Libertadores e até o Mundial, em 2012, no Corinthians.


- Sempre você vai achar que algum bom jogador ficou fora. O Brasil tem jogadores para levar duas Seleções para disputar uma Copa tranquilamente. O Vanderlei (do Santos) está vivendo um grande momento, tem o (Marcelo) Grohe porque ganhou a Libertadores (com o Grêmio) jogando muito bem, também. Tem o Fábio (do Cruzeiro) e o Victor (do Atlético-MG) que o pessoal sempre comenta, também, até o Prass (do Palmeiras) há dois anos era o goleiro da Olimpíada e foi cortado por lesão, o Jailson vive bom momento. Mas eu me coloquei no lugar do Tite nesta escolha do Cássio, como aconteceu comigo em 2002, também. O fato dele ter trabalhado com o Cássio, já que os goleiros praticamente são todos do mesmo nível, todos grandes goleiros, pode ter ajudado um pouco. Fora que tem um grande currículo. Os três convocados merecem estar ocupando esta vaga hoje - analisou o Santo, ao LANCE!.

Nesta entrevista, o ex-goleiro agradeceu aos elogios recentes de Taffarel, relembrou os momentos vividos durante aquela Copa do Mundo e disse o que espera da equipe comandada por Tite na Rússia. Veja abaixo:

LANCE!: O que passa pela sua cabeça quando pensa em 2002?
Marcos: Minhas histórias particulares, que com esta convocação de agora a gente volta no tempo de quando foi minha época de disputar uma Copa do Mundo. Acredito que seja o auge da carreira de um jogador de futebol. Esperar a convocação de um treinador, esperar seu nome aparecer. Fico feliz de passar por isso, jogar uma Copa e ter a felicidade de ser campeão do mundo. A gente foi campeão em 2002 e até hoje falamos da família Scolari, daquela equipe maravilhosa que montamos. Fico feliz por ter feito minha parte na história do futebol, também.

Há uma memória mais viva sobre aquela época? Qual?
Mais viva? Daquele Mundial? São várias passagens, mas a estreia é muito tensa. Lembro muito dos jogos em si, me recordo muito da estreia, das noites sem dormir, e também da final. Jogar uma final de Copa do Mundo, o pessoal comentava na época, 80% dos televisores no mundo estão ligados no jogo. Você fica tenso, é goleiro, sabe que não vai fazer o gol da decisão, mas pode tomar o gol que vai resolver a Copa do Mundo. Lembro da tensão que passei, mas graças a Deus deu tudo certo.

Nesta semana, o Taffarel, preparador de goleiros da Seleção, disse que você foi o melhor goleiro que ele viu pelo Brasil em um Mundial. Soube deste elogio?
Eu vi a entrevista, fico muito feliz, mas o Taffarel é humilde. Ele sabe que os jogadores da minha geração, tanto eu, quanto o Dida ou o Rogério (Ceni) sempre colocamos o Taffarel como o goleiro que a gente queria ser igual, chegar perto do nível dele. Um goleiro que não era espalhafatoso, sempre chegava em pé na bola. Eu acho que ele deu a moral, fico agradecido, mas não assumo esta responsabilidade. Acho que o maior goleiro que a Seleção teve e eu pude ver jogando foi o Taffarel. Claro que a gente tinha os caras dos times, o Velloso no Palmeiras, o Ronaldo no Corinthians, o Zetti no São Paulo, mas o Taffarel era o goleiro da Seleção. Não tive a oportunidade de ter pênaltis na Copa, graças a Deus. Porque na Copa que eu disputei antes dos pênaltis era Golden Goal (gol de ouro). Até hoje fico imaginando, como um goleiro ia sair em um escanteio no Golden Goal, sabendo que se errasse a saída poderia tomar o gol? Felizmente o Brasil não chegou a nenhuma decisão por pênaltis e ganhamos no tempo normal. Deixa como está, mas fico feliz pela moral.

Seus jogos mais marcantes naquela Copa são contra a Bélgica, nas oitavas de final, e Alemanha, na decisão. Qual foi a melhor atuação?
Eu tive a felicidade de participar de uma Copa bem regular. Tomei poucos gols, falhas mínimas, tinha também uma zaga experiente, um time sensacional na minha frente. Acho que o jogo que tive mais trabalho foi contra a Bélgica, que chegou mais bola e a gente era favorito. Na final foram duas defesas. Qualquer goleiro faz duas defesas em um jogo, mas numa final de Copa do Mundo é sempre muito lembrado. Tive uma participação boa nos dois jogos.

O que espera da Seleção na Rússia?
Acredito que o Brasil chega bem na Copa, porque estamos vendo os jogadores em grande fase nos seus times, em grande momento. Chegam maduros, porque na última Copa, aqui no Brasil, além da pressão de jogar em casa era uma seleção mais nova. O Brasil é um dos grandes favoritos. Claro que a gente sempre acha que o Brasil é um dos favoritos pela história que tem no futebol. A Alemanha, apesar da moral que tem, está ficando mais velha, a própria Espanha. A Argentina é sempre bom fugir, porque Brasil x Argentina é ruim de pegar na Copa do Mundo. Mas a Seleção chega em um grande momento.

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