Pool da Copa: ‘Os homens de branco e celeste de Sampaoli’
O jornalista Hernán Claus, do jornal argentino Olé, analisa a nova geração do time albiceleste
Sampaoli optou pela renovação na Seleção: ele tentou de todas as maneiras - chamou mais de 60 jogadores neste ciclo curto - até chegar a esse momento crucial. Dos 23 convocados, apenas nove têm uma experiência na Copa do Mundo - oito no Brasil em 2014, um na África do Sul em 2010 -. Então, a conta é bastante simples: há 14 que vão ouvir o hino pela primeira vez em uma Copa do Mundo e terão que ver como um momento como esse os atinge. Além disso, o treinador decidiu por uma nova geração para compor o elenco, mas quando se trata de pensar sobre a estreia, Sampaoli não se arrisca. Ele aposta suas fichas nos homens de branco (e azul).
Na formação que jogará no sábado, a base é do passado e isso não é pejorativo, é uma mera descrição: se eles são mantidos, é porque ninguém poderia superá-los. Rojo, Otamendi, Mascherano, Biglia, Di Maria, Messi e Aguero já experimentaram essa adrenalina. Eles devem saber como lidar com a ansiedade e como um jogo inaugural deve ser jogado, onde tudo pesa duas vezes e muito mais para os novos. Apenas dois dos experientes vão esperar no banco substituto: Higuaín, que perdeu espaço para Agüero, e Enzo Pérez, que entrou na lista devido a lesão de Manu Lanzini.
Tudo tem uma explicação. E não é que aqueles que vão estrear ou aqueles que vão sentar no banco sejam pequenos. Os únicos com um rosto de bebê, embora com uma carreira valiosa, são Pavón e Lo Celso, que já estão com 22 anos, e Dybala, 24. E os três que serão titulares contra a Islândia e que não são da velha guarda? Tagliafico, Meza e Salvio têm uma boa jornada com seus 25, 26 e 27 anos, respectivamente.
Sampaoli pretende inserir novos valores, mas ao mesmo tempo não quer jogá-los todos juntos em campo. E o medo dele é lógico. Com o treinamento projetado para a estreia, ele protege Meza, ao fazê-lo jogar com Messi, Di María e Agüero. Com a estrutura defensiva planejada, dá segurança a Salvio e Tagliafico para fazer o ataque, já que eles terão suas costas protegidas pelo quarteto Otamendi-Rojo-Biglia-Mascherano.
Sampaoli pensou em todos os movimentos. Ele mudou mil vezes sua opinião, seu sistema e sua opinião. Foi lírico e idealista. Agora ele é pragmático porque na hora mais difícil, ele decidiu apostar nos jogadores e parece lógico. Mas também é arriscado, já que os vencedores de nada - aqueles que nunca perdem - esperam encurvados por um passo ruim para a sentença: "O que você esperava, se são os mesmos jogadores de sempre".
* Texto publicado no jornal Olé da Argentina, parceiro do LANCE! no Pool da Copa