Roberto Martinez mudou a estratégia para vencer o Brasil por 2 a 1 e seguir para a semifinal da Copa do Mundo, na qual irá enfrentar a França. O espanhol reforçou a marcação no meio de campo com Fellaini, tirou De Bruyne da função de volante e o colocou enfiado no ataque. Lukaku, sempre centralizado no Mundial, atuou aberto na direita, com Hazard na esquerda. Confundir a Seleção Brasileira, na visão do treinador, foi tão importante quanto a questão da preparação mental dos belgas: acreditar que vencer o Brasil era possível.
A Bélgica tratou o adversário como favorito por um simples motivo: nunca conquistou a Copa, enquanto que o Brasil tem cinco títulos. A diferença, para Martinez, tem influência direta quando a bola rola num duelo de Mundial.
- Contra o Brasil, você precisa ter uma vantagem tática. Não pode esperar que vai ganhar contra o Brasil, há uma barreira psicológica. Eles são penta, aquela camisa amarela... Foi uma aposta que fizemos. Os jogadores acreditaram no risco, tivemos que defender, parar Neymar, Coutinho, Marcelo. Eram muitas ameaças, mas queríamos ter as nossas. O posicionamento foi corajoso. Nisso o adversário às vezes não sabe o que fazer. Estou orgulhoso, tinha uma tarefa difícil, um plano tático difícil - afirmou o treinador.
- O Brasil se ajustou melhor no segundo tempo, eles pressionaram, com qualidade. Aí virou um jogo de coração, crença, e não tática. A combinação das coisas me deixa feliz. O desempenho foi mais forte que o plano tático. Nós gostamos de ter a bola. Contra o Brasil, que também gosta, tem uma luta. Você precisa defender a ameaça brasileira, é estar atrás da bola, para ter mais opções. Hoje precisávamos de uma vantagem tática - completou.
Roberto Martinez admitiu que temeu pelo pior nos minutos finais. Mais uma vez falou sobre o respeito que a camisa do Brasil exerce no adversário.
- Foi difícil, nos últimos cinco minutos eu achei que poderíamos perder. O Brasil precisa de 20 segundos para marcar um gol. A concentração, a crença, foi importante. Os jogadores têm o olhar, eles estavam acreditando. Quando toma um gol, é um momento forte. Mostramos calma e união. Em uma Copa do Mundo, tem o ser humano por trás do jogador. Eram seres humanos, pessoas que colocaram sua carreira em prol do futebol belga. Essa geração é especial. Eles nos deixam muito orgulhosos, é o momento de celebrar - declarou.
- O Brasil é a melhor equipe do torneio, a maior ameaça. Hoje não éramos os favoritos, nos adaptamos e essa foi a razão de vencer - completou Martinez, que recebeu aplausos de alguns jornalistas belgas após a sua entrevista.
Bélgica e França disputam uma vaga na final na próxima terça-feira, em São Petesburgo, às 21h. A seleção parte de Kazan para Moscou, onde está concentrada, na região metropolitana. A nova viagem será na segunda-feira.