Um ano após polêmica, Alyson vive fase de artilheiro na base do Timão; Saiba como estão outros envolvidos
Personagem marcante no racha político vivido pelo Corinthians desde o último ano, jovem tem recebido oportunidades na equipe sub-17 neste ano. E Niki? Barrozo? Mané de Carne?
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O nome de Alyson José da Motta era desconhecido pela grande maioria dos torcedores do Corinthians, mas virou manchete há exatamente um ano, potencializando um racha político que o clube não superou até hoje.
O "caso Alyson" consistiu no seguinte: um empresário norte-americano alegou ter pago 60 mil dólares (R$ 205,8 mil na cotação da época) por 20% dos direitos econômicos de Alyson, fatia que nunca recebeu. Ele ainda diz que deu 50 mil dólares por uma carta de procuração do Timão nos Estados Unidos que também não teria validade. Em resumo: o agente dizia ter sido enganado e perdido o dinheiro entregue a funcionários do Corinthians.
Pivô do escândalo, Alyson pensou em desistir do futebol. Logo que o caso se tornou público, o menino foi afastado e passou a treinar não mais com o time de sua categoria, e sim com atletas que estavam sendo avaliados. O garoto sofreu dificuldades financeiras após romper com um empresário citado nas negociações nebulosas, pois sustenta pais e três irmãos, e correu o risco de ser despejado de casa alugada em acordo com o agente. Depois de muito aperto, o garoto acertou com outro empresário e entrou em acordo para voltar a jogar pelo Corinthians em junho do ano passado.
Reintegrado ao elenco sub-17, Alyson hoje é uma das referências do Corinthians na base. Com três gols marcados em quatro partidas, ele é o artilheiro da equipe no Campeonato Paulista da categoria. Alyson está recebendo as oportunidades prometidas pelo Corinthians e tem sido elogiado internamente pela dedicação - de lateral e volante, foi testado como atacante e agarrou a chance durante um período de lesões dos concorrentes - e também pelo estilo de jogo aguerrido, que não desiste de nenhuma jogada.
Sem litígio judicial com o Corinthians, Alyson deve iniciar discussão pela assinatura do primeiro contrato profissional nos próximos meses. Ele tem somente um vínculo de formação válido até 26 de novembro, mas aos poucos convence que é muito mais que um nome envolvido em um escândalo.
Confira o que houve com outros personagens do "Caso Alyson":
Fabio Barrozo - Gerente das categorias de base do Corinthians por quatro anos, havia pedido demissão dias antes do caso se tornar público, em 2016. Ele foi apontado como responsável por conduzir as conversas com o empresário norte-americano que alega ter sido vítima de estelionato.
Sem trabalhar em clubes desde uma curta experiência no Tigres-RJ, que tinha parceria com o Corinthians, Barrozo alega inocência no caso. O profissional diz ter sido coagido pelo clube a entregar o cargo, e essa é uma das razões de um processo movido contra o Timão na Justiça do Trabalho. O ex-gerente da base também acionou Helmut Niki Apaza, o empresário estrangeiro, por calúnia e difamação. Os dois casos ainda não tiveram solução, mas Barrozo chegou a receber carta de recomendação do Corinthians na busca por um novo trabalho. O executivo acredita ter servido como bode expiatório do "caso Alyson" e tem tido dificuldades em sua recolocação no mercado de trabalho.
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Helmut Niki Apaza - Empresário norte-americano de futebol e piloto de avião da empresa American Airlines procurou o Corinthians no ano passado alegando ter sido passado para trás na compra de 20% dos direitos de Alyson e também na carta de representação sem validade. Após as denúncias, o empresário pouco se expôs. Deu apenas uma entrevista a veículos brasileiros reafirmando suas posições e não apareceu mais. Inclusive tem sido procurado para prestar depoimentos nos últimos meses, mas não retornou ao Brasil.
Manoel Ramos Evangelista - Conselheiro próximo do ex-presidente Andrés Sanchez, o Mané da Carne foi acusado de receber dinheiro na negociação, mas negou as denúncias, se disse indignado de ter que provar a própria inocência e cogitou até mesmo renunciar à posição de conselheiro vitalício do clube. Após um ano, ele segue influente nos bastidores do Corinthians, especialmente nas categorias de base. Ele também vai a partidas regularmente.
José Onofre De Souza Almeida - Diretor das categorias de base do Corinthians na época do escândalo, entregou o cargo após três meses, mesmo após a Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo do Corinthians inocentar dirigentes e conselheiros por "falta de provas consistentes". Além do "caso Alyson", também houve outro escândalo antes de sua saída do cargo, que foi a contratação de um jogador rejeitado em avaliações técnicas só por conta da indicação de um influente conselheiro. Onofre foi substituído no comando da base por Fausto Bittar Filho, que permaneceu cinco meses e também pediu para sair. Hoje, o diretor da base é Carlos Nujud.
Eduardo Ferreira - Diretor adjunto de futebol do Corinthians na época do "caso Alyson", foi envolvido no assunto por ter assinado uma procuração para que Niki buscasse parcerias fora do país. Também foi inocentado pelo clube, mas acabou deixando seu cargo em outubro do ano passado, após entrar em conflito com a presidência por conta da contratação do técnico Oswaldo de Oliveira pelo time profissional. Hoje, o ex-diretor circula entre grupos políticos e frequenta partidas do Corinthians na Arena.
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