Improviso? Que nada! Cinco razões para a aposta de Carille em Marciel

Um problema muscular na coxa direita tirou o lateral-esquerdo Guilherme Arana das duas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro e não foi recuperado a tempo do jogo deste domingo, contra o Santos. Sem contar com seu titular, o técnico Fábio Carille decidiu fazer uma aposta ousada no time que começa jogando na Vila Belmiro: em vez do lateral Moisés, que atuou nestes dois jogos, o titular será o volante Marciel, improvisado na lateral. 

Marciel não disputa uma partida oficial desde março, mas nesta temporada foi opção de Carille apenas na lateral e não como volante, posição em que subiu da base após o título da Copa São Paulo de Juniores, em 2015. Como informou o LANCE!, o ano de afirmação do jogador foi interrompido graças à ingestão de um medicamento proibido pelo controle de doping para tratar uma doença que o deixou careca por causa de estresse e ansiedade.

Aos 22 anos, o jogador de 16 partidas e um gol marcado pelo Corinthians volta ao time neste domingo, no importante clássico contra o Santos, principalmente por cinco motivos. Confira a listagem a seguir.

1 - Lateral não é improviso
Marciel subiu da base do Corinthians como volante, então é natural que seja associado exclusivamente à esta posição. Porém, o jogador atuou quatro anos nas categorias de base do Grêmio como lateral-esquerdo, do sub-10 ao sub-14. Depois desta primeira etapa de formação ele mudou para o meio-campo no próprio futebol gaúcho, jogou assim na Roma-ITA e assim chegou ao Corinthians, onde desenvolveu suas habilidades como segundo volante. Foi só em 2017 que ele retomou a rotina de treinamentos como lateral-esquerdo por necessidade do elenco.

2 - Já jogou assim pelo Corinthians
No início do ano, o Corinthians vendeu Uendel ao Internacional, tinha Guilherme Arana a serviço da Seleção sub-20 e apenas Moisés à disposição na lateral. Foi esse motivo que fez Carille convencer o jogador a atuar improvisado e atuar sete vezes na temporada. Do total de jogos só um foi como titular: a vitória por 1 a 0 contra a Caldense, na primeira fase da Copa do Brasil. Na ocasião, o Timão descobriu horas antes da partida que Moisés não poderia jogar por conta de uma suspensão pelo Bahia, então Marciel foi escalado sem treinar na posição e mesmo assim atuou durante os 90 minutos.

3 - Está mais confiante que Moisés
É claro que Marciel já jogou assim pelo Corinthians, atuou assim na base e tem a confiança da comissão técnica. Mas ele venceu a concorrência com Moisés, que é original da posição e vai ficar no banco de reservas. Na visão do Corinthians, o volante está mais confiante para jogar que o camisa 6, que teve atuações abaixo da expectativa nos dois últimos jogos, especialmente na parte de triangulações e criação de jogadas. Carille vê Marciel mais apto para fazer as funções de Arana.

4 - Afastamento foi bem superado
Uma das preocupações do Corinthians durante o período de afastamento de Marciel por causa do risco de doping foi o comportamento do jogador. Afinal, não é fácil treinar diariamente sem perspectiva de jogar. Mas Marciel foi exemplar, como já ocorre desde 2016, quando voltou de empréstimo do Cruzeiro. Dedicado, quase sempre entre os destaques dos treinamentos e alegre, segundo relatos da comissão técnica. Marciel não ter baixado a cabeça nestes cinco meses foi fundamental para receber que a chance que apareceu.

5 - Já é velho conhecido
Marciel foi campeão da Copa São Paulo sob o comando de Osmar Loss, hoje auxiliar de Carille, e é observado pelo atual treinador desde 2015. Os dois são os principais orientadores do camisa 22 neste momento e esperem que ele jogue posicionado, sem muito furor ofensivo, apenas aparecendo para triangular e tentar infiltrações aos atacantes. O foco é defender bem e construir com paciência. O exemplo é o jogo-treino contra o sub-20, realizado na semana passada, em que Marciel foi titular e teve ótima atuação.