Vexame do Corinthians no Uruguai é lembrete para voltar para a realidade
Apesar de poupar mais da metade dos titulares, goleada por 4 a 0 é inadmissível e se assemelha ao momento em que foi goleado pelo Palmeiras, no início deste ano
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É preciso começar esse texto tratando as coisas como elas são: a goleada sofrida pelo Corinthians, na última quinta-feira, no Uruguai, foi uma vergonha, um vexame, ou qualquer sinônimo que possa explicar a derrota de 4 a 0 para o Peñarol. Além de tudo, ela decretou a eliminação precoce do clube na Copa Sul-Americana. Trata-se de mais um choque de realidade diante de uma empolgação sem justificativas e mostra que as lições não foram aprendidas.
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Verdade que o time de Vagner Mancini mostrava sinais de recuperação nos últimos jogos. O esquema com três zagueiros, liberando os alas e dando espaço para Luan, foi um respiro para um trabalho que parecia estar com prazo de validade. O grande mérito foi escolher as melhores peças e a melhor estratégia para fazer uso de um elenco com evidentes limitações técnicas.
Apesar de não ter levado para o Uruguai seis jogadores que são considerados titulares atualmente, isso não pode ser desculpa para a tragédia histórica que ocorreu diante do Peñarol, que é um time muito bem treinado e tecnicamente melhor do que o Corinthians. Pelo menos oito atletas que iniciaram o jogo em Montevidéu já foram ou ainda são titulares do Timão. A desculpa não cola.
Cássio, Bruno Méndez, Gil, Fábio Santos, Camacho, Gustavo Mosquito, Mateus Vital e Jô são jogadores com importância no elenco, alguns deles são ídolos e não puderam evitar o vexame no baile promovido pelo time uruguaio na última quinta-feira. Eles estão presentes na pior derrota corintiana na história das competições continentais e mostram que é preciso colocar os pés no chão.
A atuação serve de alerta sim para o Paulistão e para o restante da temporada e se há algo a ser tirado dessa vergonha, é justamente a cautela e atenção para o que pode vir nos confrontos com equipes de nível melhor do que aquelas do estadual. Lembrando que Palmeiras, Santos e São Paulo não enfrentaram o Corinthians contando com força máxima e não "testaram" a equipe de Mancini.
É necessário que esse choque de realidade surta efeito no clube. Vale lembrar que a mesma coisa aconteceu no Brasileirão-2020, quando o time vinha em boa fase, se empolgou e enfrentou o Palmeiras sem medir a enorme diferença que há entre as equipes atualmente. Resultado: 4 a 0 para o Verdão, em um atropelamento que ficou barato no Allianz Parque. Naquele momento os corintianos acordaram para o mundo real e não levaram a vaga na Liberta.
Parece que a lição não foi aprendida e o Corinthians não deu atenção para a sua própria limitação. A impressão é que não houve o entendimento que, ATUALMENTE, a equipe não tem condições de bater de frente com adversários de alto nível ou de nível internacional, como o caso do Peñarol. Se isso acontecer numa semifinal ou na final do Paulistão, pode acarretar uma outra vergonha, dessa vez diante de um rival. É preciso voltar para a realidade.
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