Crítico da Minas Arena atualmente, Ronaldo foi apoiador de privatização do Mineirão no passado
O Fenômeno mudou o foco agora, mas era entusiasta do estádio ir para a iniciativa privada
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Ronaldo Fenômeno resolveu “ir para o ataque” e expor publicamente a relação ruim do Cruzeiro com a Minas Arena, que gere o Mineirão desde 2013, quando o estádio ficou pronto. O contrato da concessionária com o Estado de Minas Gerais para administrar o Gigante da Pampulha foi assinado em 2010, quando começaram as obras de reforma para a Copa de 2014, e tem validade até 2037.
O dono da SAF do Cruzeiro anunciou, inclusive, uma ruptura com a Minas Arena, afirmando que o time celeste não jogará no Mineirão em 2023, levando a equipe para o Independência em 2023.
-Damos como rompida nossa relação com a Minas Arena, não jogaremos nenhum jogo no Mineirão neste ano - disse o Fenômeno em live na Ronaldo TV.
A crise ficou tão grande, que o Governo de Minas criou um comitê para tentar resolver o impasse e até revisar o contrato da Minas Arena com o Estado, que tem repasses mensais de R$ 4 milhões, como previsto no acordo assinado há 12 anos. O atual governo quer rever os repasses e ainda equilibrar o calendário de eventos, jogos e shows, para que o estádio cumpra sua função social.
-O Estado tem um valor máximo de repasse. O que acontece é que quanto mais a Minas Arena lucra, menos o estado repassa. O meu teto hoje é de R$ 3,5 milhões a R$ 4 milhões por mês. Não tenho que pagar mais (se não tiver jogos), mas posso pagar menos. Como função social do contrato, meu interesse é prever que o futebol aconteça no estádio. Por isso estou acionando o comitê. A Minas Arena ganha dinheiro do show, e eu compartilho receita também de show. Esse equilíbrio pode se manter, mas eu tenho o problema, porque não quero ter só show-disse Fernando Mercato, secretário de infraestrutura de Minas Gerais.
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Entretanto, o que Ronaldo critica atualmente foi, no passado pauta de apoio de sua parte para que o estádio fosse cedido à iniciativa privada durante o mandato de Aécio Neves, entre janeiro de 2003 a março de 2010, quando deixou o governo para ser candidato ao Senado por Minas Gerais. Antônio Anastasia, seu vice, assumiu o cargo e deu sequência ao processo de cessão do Mineirão.
O Fenômeno sempre foi apoiador declarado de Aécio e fez coro para que o Gigante da Pampulha passasse às mãos de uma empresa, deixando o Estado de fora da sua gestão.
-Eu voto no Aécio. Minha amizade com Aécio tem 15 anos. Ele foi o único cara que eu apoiei publicamente. Apoiei para governador de Minas e aí ele fez um excelente trabalho. Sempre tivemos uma amizade muito forte e agora vou apoiá-lo. É meu amigo, confio nele e acho que é uma ótima opção para mudar o nosso país- disse Ronaldo em 2014, numa entrevista ao jornal Valor Econômico.
Dados divulgados pela Minas Arena, a reforma do Mineirão teve um custo de R$ 666,7 milhões, bancados pelo consórcio que hoje gerencia a Minas Arena. No modelo de Parceria Público-Privada (PPP), a empresa financiou as obras, com ajuda do programa BNDES ProCopa Arenas, do governo federal. O valor investido pela concessionária para as obras do estádio para a Copa do Mundo terão de ser ressarcidos pelo Estado por um período de 25 anos.
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