Fotógrafo Igor Azevedo diz que fotografias virtuais feitas a partir de games hiper-realistas devem ser consideradas arte

O hiper-realismo visto nos games atuais permitiu o surgimento de uma nova forma de fazer arte: a fotografia virtual. Jogos como "Grand Theft Auto V", "The Last of Us 2" e "Red Dead Redemption 2", por exemplo, dão ao gamer a possibilidade de capturar uma infinidade de cenas tanto da natureza quanto das expressões dos personagens.

E o que antes era apenas hobby para alguns, hoje virou profissão. Grandes desenvolvedoras de jogos contratam fotógrafos virtuais para a criação de imagens feitas a partir dos jogos para serem utilizadas em campanhas publicitárias. Além disso, o trabalho do brasileiro Leo Sang foi exibido em exposições de artes em Los Angeles.

Referência em fotografia, o gaúcho Igor Azevedo, fotógrafo tradicional, multipremiado e idealizador dos projetos "Poder da Foto XV" e "O Poder da Foto Business", avaliou algumas fotos virtuais apresentadas a ele e afirmou que os materiais devem, sim, ser considerados arte.

"Arte é movimento, é criar a partir da mente. É válido. Acho bastante interessante as inovações. Acredito na força da fotografia, na experiência, no contato. As variações tecnológicas, os projetos inovadores, na fotografia como arte, são sempre bem-vindas", destacou o fotógrafo especialista em ensaios de debutantes.

Igor Azevedo, que é palestrante do Wedding Brasil, tradicional congresso de fotografia do país, ainda vê uma outra utilidade para a fotografia virtual. Para ele, o segmento pode servir como ferramenta prática para a iniciação de novos fotógrafos; ou seja, ser uma espécie de simulador.

"Com certeza ela pode servir, sim, para quem pretende se aventurar na fotografia e começar a aprender de forma on-line. Imagina um workshop de fotografia on-line ensinando a partir dos jogos. Seria válido, superinteressante", projetou o fotógrafo.